Mundo

MP mineiro cobra dívida do governo Itamar Franco

Irregularidades de contratos com a gestão mineira pode obrigar a empresa GTech do Brasil Ltda a devolver R$ 414,9 milhões aos cofres públicos

A GTech é a mesma empresa acusada de envolvimento em irregularidades nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

A GTech é a mesma empresa acusada de envolvimento em irregularidades nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2011 às 11h12.

São Paulo - A Justiça mineira determinou a expedição de mandado para notificar o Estado de Minas Gerais, o senador Itamar Franco (PPS-MG), representantes da GTech do Brasil Ltda., a ex-procuradora-geral de Minas Misabel Derzi e ex-presidentes da Loteria Mineira. Acusados de uma série de irregularidades em contratos entre o governo estadual e a empresa, o Ministério Público Estadual (MPE) quer que eles sejam obrigados a devolver R$ 414,9 milhões aos cofres públicos.

Os promotores responsáveis pela ação pediram ainda liminar para a quebra do sigilo bancário e a indisponibilidade de bens dos acusados, mas a Justiça ainda não se manifestou. A GTech é a mesma empresa acusada de envolvimento em irregularidades em contratos com a Caixa Econômica Federal (CEF) nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, como mostraram investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Bingos, em 2005.

Em Minas, a empresa participou, em 1994, de uma licitação para adotar o sistema de captação de apostas da Loteria Mineira e gestão de jogos online da autarquia no valor estimado de R$ 40 milhões. De acordo com o Ministério Público, a empresa descumpriu várias cláusulas do edital. A ação, assinada pelos sete representantes da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MP mineiro, ressalta que, apesar da “flagrante inadimplência da concessionária com suas obrigações contratuais” o governo assinou aditivos ao contrato atendendo pedidos da GTech.

Pena revogada

O Ministério Público ressalta que relatório da própria Loteria Mineira mostrou que o atraso com relação aos prazos definidos no edital causou prejuízo de R$ 286,2 milhões à autarquia. O descumprimento das cláusulas levou a direção da Loteria Mineira a aplicar à GTech, em 2000, uma multa de R$ 29,3 milhões, pena revogada por ato do então governador Itamar Franco (PMDB). A decisão teria sido baseada em parecer do procurador do Estado Cleber Reis Greco, “com a concordância expressa” da então chefe da Procuradoria, Misabel Derzi. Os dois já haviam concordado com a multa, segundo o MPE.

O órgão afirmou ainda que o caso, “em tese”, caracterizaria improbidade administrativa, mas que houve prescrição, já que os acusados deixaram os cargos há mais de cinco anos - a ação foi proposta à Justiça em abril deste ano. Procurado pela reportagem o senador Itamar Franco informou, por meio de sua assessoria, que não foi notificado sobre o processo. No antigo endereço da GTech, a informação é a de que a empresa foi desfeita. Misabel Derzi e Cleber Greco não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:GovernoMinas GeraisPrefeiturasPrivatização

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame