Mundo

Ministro convida jovens a criarem seus próprios partidos

Mercadante afirmou que "a nova geração tem que saber que é preciso se organizar se deseja mudanças"


	Aloizio Mercadante: ministro afirmou que "a internet não substitui a democracia". "É preciso combinar a luta política com a participação"
 (Yara Aquino)

Aloizio Mercadante: ministro afirmou que "a internet não substitui a democracia". "É preciso combinar a luta política com a participação" (Yara Aquino)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 14h33.

Madri - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu as políticas sociais como eixo estratégico do desenvolvimento econômico e convidou os jovens descontentes a criar seus próprios partidos para participarem da democracia representativa.

Mercadante, que participou nesta sexta-feira da Tribuna EFE-Casa da América, repassou a situação econômica, política e social no Brasil nos últimos dez anos de Governo e destacou como conquista a redução das desigualdades.

"Não pretendemos que o Brasil seja um modelo", "cada país tem que fazer sua própria história, mas queremos compartilhar nossa experiência", disse.

Mercadante reconheceu que há novas exigências e desafios sobretudo em saúde, educação e transporte e se referiu às manifestações de junho, protagonizadas sobretudo por jovens, às quais se uniram grupos da direita política.

O ministro reconheceu que as novas tecnologias facilitam novos instrumentos de participação social e assinalou como um desafio dos governantes "criar novos canais de comunicação".

No entanto, Mercadante afirmou que "a internet não substitui a democracia". "É preciso combinar a luta política com a participação", disse.

Mercadante acrescentou que "a nova geração tem que saber que é preciso se organizar se deseja mudanças" e que "a democracia representativa teria que conviver com a ação direta e participativa".

Apesar dos protestos sociais, considerou que a presidente Dilma Rousseff conserva sua liderança e boas perspectivas para as eleições de 2014 e destacou que conta com 43% dos apoios nas últimas enquetes.

Histórico dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), ao ser perguntado pelo Mensalão, o ministro reconheceu que há "um problema sistêmico" de como são financiadas as campanhas e propôs "uma reforma política profunda" para "enfrentar o problema desde a raiz".


Mercadante, que foi coordenador das campanhas presidenciais do ex-presidente Lula em 1989, 1998 e 2002, reconheceu que "nunca deixará a política".

Como ministro da Educação desde 2012, Mercadante reconheceu que apesar do esforço do Estado nesta matéria, são necessários mais recursos, por isso que o Governo aprovou destinar 75% das entradas do petróleo a esse setor.

"Temos potencialidade econômica por recursos, mas temos que disputar os setores de mais valor agregado", disse, em referência à educação, ciência e tecnologia e inovação e lembrou que o último relatório PISA da OCDE reconhecia o Brasil como o terceiro país que mais evoluiu.

Mercadante defendeu a política de inclusão na educação porque cria "justiça social e possibilidades de gerar recursos" e assinalou como exemplo, a lei de cotas sociais e raciais nas universidades, em vigor desde 2012, pela qual metade das vagas são para alunos procedentes das escolas públicas, assim como negros e índios.

O ministro reconheceu que desde que seu partido chegou ao poder, tem "um compromisso inegociável com a estabilidade econômica e monetária".

Como instrumentos de política social, Mercadante apontou as bolsas de estudos de família, para manter os filhos dos menos favorecidos nas escolas e integrados em programas de saúde pública, o crescimento do salário mínimo e uma política de emprego, que segundo o ministro, criou 20 milhões de novos postos de trabalho e situou o desemprego em 5,2%.

Quanto às medidas para aumentar a competitividade, Mercadante se referiu à redução de impostos, à redução do custo da energia e acordos com o setor privado para investimentos em infraestruturas e logística. 

Acompanhe tudo sobre:Aloizio MercadanteDemocraciaPartidos políticosPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua