Policiais tentam controlar multidão de refugiados na fronteira da Áustria (Reuters / Srdjan Zivulovic)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2015 às 09h14.
Zagreb - A fronteira entre Eslovênia e Áustria continua sendo nesta sexta-feira o gargalo na "rota balcânica" dos refugiados que viajam do Oriente Médio para a Europa central, com milhares de pessoas esperando ao relento, com temperaturas já quase invernais.
Segundo a imprensa de ambos os países, a Polícia austríaca impediu na última noite várias vezes entradas caóticas e forçadas por uma multidão desesperada que tentou saltar ou romper as cercas que impedem a passagem.
No entanto, a situação foi se tranquilizando durante a noite e esta manhã, segundo a emissora pública austríaca "ORF".
A agência de notícias eslovena "STA" informa que no centro de apoio de refugiados situado no lado esloveno da fronteira, na cidade de Sentilj, cerca de 4.200 pessoas passaram a noite a espera de que as autoridades austríacas voltem a admitir hoje os imigrantes.
Durante a noite chegaram à cidade eslovena de Dobova, situada perto da fronteira com a Croácia, três trens com mais de 3.000 refugiados a bordo.
Em vários centros de apoio eslovenos há cerca de 11 mil refugiados, todos com desejo de passar para a Áustria e depois Alemanha e possivelmente, para algum país escandinavo, informou a "STA".
Segundo o estipulado entre as autoridades de Eslovênia e Croácia para impedir agrupamentos e longas esperas nas fronteiras, os trens croatas levam os imigrantes diretamente a Dobova desde a fronteira croata-sérvia, após registrá-los no centro de apoio de Opatovac.
Desta forma, o trânsito de refugiados entre os dois países se desenvolve de forma mais fluente desde o começo desta semana, da mesma forma que entre Sérvia e Croácia, após acordos sobre uma mútua coordenação fechados na semana passada.
A imprensa eslovena, no entanto, informou hoje de uma situação humana muito difícil nos centros de apoio do país, que o jornal "Delo" chegou a comparar com "campos de concentração".
"As mulheres não podem ir ao banheiro já que o centro não os tem, há só um médico para milhares de pessoas, pouca comida e poucos ativistas humanitários, entre outras coisas, devido ao complicado procedimento burocrático para voluntários", como descreveu o "Delo" a situação em um centro perto da fronteira croata.