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Merkel pede que Erdogan mantenha liberdades e permita oposição

A Alemanha e a Turquia têm se mostrado em discordância por conta da repressão de Ancara contra dissidentes desde o golpe frustrado de 15 de julho

Merkel e Erdogan: "Oposição é parte da democracia", afirmou a chanceler (Umit Bektas/Reuters)

Merkel e Erdogan: "Oposição é parte da democracia", afirmou a chanceler (Umit Bektas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 21h46.

Ancara - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enfatizou a importância da liberdade de opinião em conversa com o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, nesta quinta-feira, durante uma visita com o objetivo de melhorar as desgastadas relações entre os dois aliados da Otan.

Na sua primeira viagem a Ancara desde o fracassado golpe militar na Turquia em julho passado, Merkel afirmou que havia concordado com Erdogan sobre a necessidade de uma cooperação maior na luta contra o terrorismo, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK.

A Alemanha e a Turquia têm se mostrado em discordância por conta da repressão de Ancara contra dissidentes desde o golpe frustrado de 15 de julho e também por causa das alegações, rejeitadas por Berlim, de que a Alemanha está dando abrigo a militantes curdos e de esquerda.

"Com a tentativa de golpe, nós vimos como o povo turco defendeu a democracia e as regras da democracia", declarou Merkel a jornalistas, quando perguntada sobre preocupações com as propostas de mudança constitucional que fortaleceriam os poderes de Erdogan.

"Em momento de profunda agitação política, tudo deve ser feito para continuar a se proteger a separação de poderes e acima de tudo a liberdade de opinião e a diversidade da sociedade", disse ela, acrescentando que também havia levantado o tema da liberdade de imprensa.

"Oposição é parte da democracia", afirmou a chanceler.

Aliados da Turquia, incluindo a Alemanha, temem que Erdogan possa estar usando a tentativa de golpe como um pretexto para limitar a oposição, e os oponentes do presidente temem que as propostas de mudanças constitucionais levem a um Estado autoritário.

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