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Merkel e Hollande abordarão suposta espionagem dos EUA

Presidente francês, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, manterão encontro para abordar escândalo gerado pela suposta espionagem dos EUA


	Angela Merkel, chanceler alemã: encontro entre Hollande e Merkel será realizado antes do início da reunião dos chefes de Estado e do Governo da UE
 (Getty Images)

Angela Merkel, chanceler alemã: encontro entre Hollande e Merkel será realizado antes do início da reunião dos chefes de Estado e do Governo da UE (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 12h19.

Bruxelas - O presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, manterão nesta quinta-feira um encontro em Bruxelas para, entre outros aspectos, abordar o escândalo gerado pela suposta espionagem dos Estados Unidos aos países europeus.

Embora já estivesse previsto, o encontro entre Hollande e Merkel será realizado antes do início da reunião dos chefes de Estado e do Governo da UE, disseram à Agência Efe fontes diplomáticas.

Tanto a França como a Alemanha exigiram explicações às autoridades americanas por causa das novas revelações sobre o programa de espionagem dos EUA, um escândalo que ameaça se transformar no centro das atenções do Conselho Europeu que ocorre entre hoje e amanhã.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, convocou hoje o embaixador dos EUA em Berlim, John Emerson, para lhe pedir explicações sobre o fato do celular da chanceler ter sido espionado.

A informação em questão, que foi negada pela Casa Branca, gerou uma grande polêmica na Alemanha.

"Se é verdade o que estamos ouvindo, seria verdadeiramente grave", ressaltou hoje em entrevista à televisão pública alemã o ministro da Defesa, Thomas de Maizière.

"Os americanos são e seguirão sendo nossos melhores amigos, mas isto é inaceitável", ressaltou o ministro.


Já a França, que convocou o embaixador americano em Paris esta semana para cobrar explicações, também exigiu explicações ao secretário de Estado americano, John Kerry.

O governo francês assumiu essa postura após as novas revelações feitas pelo jornal "Le Monde", que, com base em documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) subtraídos por seu ex-agente Edward Snowden, explicou que somente em 30 dias - entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013 - 70,3 milhões de comunicações emitidas da França foram interceptadas.

Além das medidas citadas, Hollande também pediu publicamente que o assunto seja tratado no Conselho Europeu de hoje e amanhã, tendo em vista que a Comissão Europeia e a Eurocâmara fizeram essa mesma recomendação e, inclusive, se mostraram a favor de uma reforma das normas europeias nesse campo.

"Agora é um momento para agir e não só para realizar declarações na cúpula da UE", assinalou hoje a porta-voz Mina Andreeva em nome da comissária europeia de Justiça, Viviane Reding.

Para Reding, a aprovação dessa reforma seria uma "declaração de independência para a Europa", já que lhe permitiria "se apresentar de forma crível perante os EUA e negociar de igual para igual".

Por causa das primeiras revelações feitas por Snowden, a Comissão Europeia acordou com Washington criar um grupo de trabalho para abordar estes assuntos.

Segundo a responsável europeia de Interior, Cecilia Malmström, as explicações exigidas ao governo americano sobre esse suposto caso espionagem não satisfizeram até o momento do Executivo comunitário. 

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