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Membro da Marinha dos EUA é detido na Venezuela

Militar não estava em viagem oficial e nem tinha licença aprovada para visitar o país; Departamento de Estado tem aconselhado americanos a evitarem Caracas como destino por 'alto risco de detenção injusta'

Porta-aviões USS Nimitz, da Marinha dos EUA (Will Tyndall / US NAVY /AFP)

Porta-aviões USS Nimitz, da Marinha dos EUA (Will Tyndall / US NAVY /AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 4 de setembro de 2024 às 14h58.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 15h02.

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Um membro da Marinha dos Estados Unidos foi preso pelas forças de segurança na Venezuela na semana passada pelas autoridades bolivarianas, anunciou o Pentágono nesta quarta-feira, 4. O militar, um cidadão americano, não estava em viagem oficial e nem tinha licença aprovada pelo Exército dos EUA para visitar o país, informou a imprensa americana. Não está claro o motivo pelo qual ele viajou ao país e nem o motivo da prisão.

"A Marinha dos EUA está investigando isso e trabalhando em estreita colaboração com o Departamento de Estado", disse o Pentágono em um comunicado citado pela Associated Press. O marinheiro está sendo mantido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), de acordo com um funcionário sob condição de anonimato à CNN.

O Departamento de Estado informou à rede americana que "cientes dos relatos da detenção de um indivíduo" e está trabalhando, segundo um oficial da Defesa à CNN, "em estreita colaboração" com a Marinha. O departamento tem alertado os americanos contra viagens à Venezuela por motivos que incluem crime, agitação e detenção injusta.

"Há um alto risco de detenção injusta de cidadãos americanos na Venezuela. As forças de segurança detiveram cidadãos americanos por até cinco anos. O governo dos EUA geralmente não é notificado sobre a detenção de cidadãos americanos na Venezuela nem tem acesso a cidadãos americanos presos no país", disse o aviso de viagem do departamento para a Venezuela.

Esta é a terceira detenção de um membro sênior do serviço americano em pouco mais de um ano em um país que tem relações tensas com o Exército americano, informou a CBS News. O soldado americano Travis King foi detido após cruzar a fronteira para a Coreia do Norte em julho de 2023, o sargento do exército Gordon Black foi detido na Rússia em maio deste ano ao visitar a namorada, e, agora, um marinheiro americano foi detido na Venezuela.

A detenção do marinheiro ocorre em meio à tensão entre os países, escalada há dois dias após a apreensão e envio para a Flórida de um avião do presidente Nicolás Maduro pelo Departamento de Justiça na República Dominicana. Os EUA alegam que a aeronave utilizada pelo chavista em viagens oficiais foi adquirida de maneira ilegal, violando sanções americanas e outras questões criminais. O governo venezuelano, por sua vez, classificou a ação como "pirataria".

Os EUA também criticam o governo chavista por proclamar Maduro vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho sem apresentar as atas eleitorais, reconhecendo a vitória do ex-candidato opositor Edmundo González. A oposição, liderada por María Corina Machado, alega ter reunido mais de 80% das atas que, segundo afirmam, atestam a vitória de González. Cópias dos comprovantes eleitorais, que o governo considera "forjadas", foram publicadas em um site criado pelos opositores.

Frente a crise pós-eleição, os EUA têm preparado as bases para anunciar 15 sanções individuais contra autoridades do governo venezuelano que "obstruíram a realização de eleições presidenciais livres e justas", segundo documentos vistos pela Bloomberg. A crise provocou uma espiral de protestos (e o recrudescimento da repressão) em todo o país que resultou em 27 mortes, duas delas soldados, 192 feridos, e 2,4 mil detenções.

A pressão aumentou e tensão entre os países se intensificou após a Justiça venezuelana aceitar o pedido do Ministério Público para emitir um mandado de prisão contra González após o ex-diplomata ter ignorado três intimações para depor.

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