Mundo

Meirelles: próximo presidente não deve manipular câmbio

Ele disse ainda que ninguém duvida de que o Brasil é capaz e de que está comprometido em conter a alta dos preços

Meirelles falou a investidores após o relatório Focus ter mostrado mais uma alta nas expectativas de inflação (.)

Meirelles falou a investidores após o relatório Focus ter mostrado mais uma alta nas expectativas de inflação (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Nova York - O próximo presidente do Brasil deve evitar desvalorizar artificialmente a moeda, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta segunda-feira.

"Evidentemente é importante que o próximo governo mantenha a inflação na meta", disse Meirelles em Nova York, em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

"Se você tentar manipular o câmbio, tentar reduzir artificialmente, evidentemente a inflação vai subir e você terá uma surpresa inflacionária."

Falando a investidores após o relatório Focus ter mostrado mais uma alta nas expectativas de inflação, Meirelles disse ainda que ninguém duvida de que o Brasil é capaz e de que está comprometido em conter a alta dos preços.

Ele afirmou que "flutuações de curto prazo" nas expectativas do mercado são normais, mais que os investidores ainda preveem que a inflação caia nos próximos anos.

O mercado elevou pela 14a semana seguida sua previsão para a inflação neste ano, para 5,41 por cento, segundo o relatório Focus. A taxa é superior ao centro da meta, de 4,5 por cento.

Alguns investidores têm receio de que o próximo presidente do país possa buscar desvalorizar o real para aumentar a competitividade do setor industrial.

Perguntado se a ansiedade relacionada às eleições pode estar alimentando as expectativas de inflação, Meirelles disse que não entraria no assunto na véspera da reunião de dois dias em que o Banco Central decidirá sobre política monetária. 


 

As expectativas de que o BC elevará a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9,5 por cento, na quarta-feira aumentaram após Meirelles ter dito no fim de semana em Washington que o banco "vai adotar medidas fortes para garantir que a inflação atinja a meta no horizonte relevante."

Meirelles disse que conversou com Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, e que ela garantiu a ele que seu governo não mudaria o rumo da política econômica.

"Eu não tenho falado com os outros candidatos, mas tenho certeza de que a sociedade brasileira exige estabilidade", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEleiçõesEleições 2010Executivos brasileirosHenrique MeirellesMercado financeiroPersonalidadesPolítica no Brasil

Mais de Mundo

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos

Israel mata membros do alto escalão do braço armado do Hamas na Cidade de Gaza

Lavrov diz que os EUA devem dar “primeiro passo” para restaurar o diálogo com a Rússia