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Mais da metade dos alemães considera o Islã uma ameaça

Segundo a pesquisa, 40% dos questionados se sentem estrangeiros em seu próprio país e 24% gostariam da proibição da imigração de muçulmanos à Alemanha

Bandeira da Alemanha durante protesto contra o Islã: 24% dos pesquisados gostariam da proibição da imigração de muçulmanos (Odd Andersen/AFP)

Bandeira da Alemanha durante protesto contra o Islã: 24% dos pesquisados gostariam da proibição da imigração de muçulmanos (Odd Andersen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 08h27.

Berlim - Mais da metade dos alemães (57%) considera o Islã uma ameaça, e 61% estimam que esta religião é incompatível com o mundo ocidental, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira.

O estudo, publicado pelo semanário Die Zeit em seu site, foi realizado pela fundação alemã Bertelsmann em novembro, ou seja, muito antes do atentado de quarta-feira em Paris contra o semanário francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.

Segundo a pesquisa, 40% dos questionados se sentem "estrangeiros em seu próprio país".

E 24% dos pesquisados gostariam da proibição da imigração de muçulmanos à Alemanha, um país de 81 milhões de habitantes, dos quais quatro milhões são muçulmanos, em sua maioria turcos ou de origem turca.

A fundação destaca que esta hostilidade ao Islã parece muito difundida, desde o eleitorado conservador à esquerda, passando pelas classes médias. Um indício disso são as manifestações realizadas desde outubro em Dresde (leste) pelo movimento anti-islã Pegida, que contam com a participação de neonazistas, militantes de ultradireita e cidadãos comuns.

A fundação Bertelsmann também indica que esta islamofobia é comparável ao antissemitismo no século XIX, e lembra que a porcentagem de alemães que consideram o Islã incompatível com o Ocidente passou de 52% em 2012 a 61% atualmente.

O especialista da imprensa Kai Hafez, co-autor do estudo, destaca a responsabilidade dos meios de comunicação, que frequentemente veiculam uma imagem negativa do Islã.

Como se observa, muita gente só ouviu falar desta religião através "da organização Estado Islâmico, da violência, dos salafistas", ou ainda da opressão às mulheres e da rejeição aos valores democráticos, afirma Hafez, professor da universidade de Erfurt.

A pesquisa foi realizada em novembro com 937 pessoas não muçulmanas.

A fundação Bertelsmann também interrogou muçulmanos da Alemanha. Segundo ela, as pessoas de origem estrangeira de segunda ou terceira geração são mais religiosas que seus pais. A grande maioria se reconhece nos valores da democracia e da Constituição alemã.

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