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Maduro será imputado 'por banho de sangue' na Venezuela, diz chefe da OEA

Secretário da Organização dos Estados Americanos adiantou que vai apresentar acusações perante a Corte Penal Internacional, em Haia

Agência o Globo
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Publicado em 1 de agosto de 2024 às 07h13.

Última atualização em 1 de agosto de 2024 às 07h36.

O secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, adiantou nesta quarta-feira, 31, que vai apresentar acusações perante a Corte Penal Internacional, com sede em Haia, para que impute e emita uma ordem de prisão contra Nicolás Maduro pelo "banho de sangue" na Venezuela, onde pelo menos 11 civis e um militar morreram em protestos por sua reeleição.

"Maduro prometeu um banho de sangue (...) e está cumprindo. É o momento de apresentar acusações e uma ordem de captura por parte da Corte Penal Internacional contra os principais responsáveis, incluindo Maduro", escreveu o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos no X.

Também nas redes sociais, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, convocou na quarta-feira os apoiadores a "mobilizar" após o presidente Nicolás Maduro prometer manter o poder após uma vitória eleitoral amplamente contestada.

Nesta quarta-feira, o subsecretário de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols,
afirmou que o candidato oposicionista na Venezuela, Edmundo González, recebeu mais votos do que o presidente, Nicolás Maduro, na eleição ocorrida no domingo, com base em atas divulgadas pela oposição. A declaração foi a mais contundente vinda de uma autoridade de Washington, e deve colocar ainda mais pressão sobre as autoridades venezuelanas, que declararam Maduro o vencedor.

"Está claro que Edmundo González Urrutia derrotou Nicolás Maduro por milhões de votos", disse Nichols, durante reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.

No discurso, o diplomata, o principal do governo de Joe Biden para a América Latina e Caribe, considerou válidas as atas divulgadas pela oposição desde domingo, que apontam para uma diferença considerável a favor de González. O números têm sido divulgados pela internet, apesar das tentativas de bloqueio organizadas pelo regime. O Brasil afirmou que não aceitará contagens paralelas.

"A tabulação destes resultados detalhados mostra claramente uma verdade irrefutável: Edmundo Gónzalez Urrutia venceu com 67% desses votos, em comparação com 30% de Maduro", disse o Nichols, citando números divulgados pelos oposicionistas. "E simplesmente não há votos suficientes nos restantes registos de recontagem para superar tal diferença".

O diplomata não sinalizou se a aceitação das atas divulgadas pela oposição é um prelúdio para um eventual reconhecimento de González como presidente eleito, ou se o Departamento de Estado e a Casa Branca poderão adotar outras formas de pressão contra Caracas, incluindo sanções.

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