Maduro responde advertência militar de Trump: "Go home"
A resposta de Maduro chega três dias após as declarações do presidente dos Estados Unidos sobre uma possível "opção militar" para a Venezuela
EFE
Publicado em 14 de agosto de 2017 às 17h28.
Última atualização em 14 de agosto de 2017 às 17h48.
Caracas - Em grande ato em Caracas nesta segunda-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , respondeu com um "Go home" ("Vá pra casa") à advertência de Donald Trump de realizar uma operação militar no país, envolvido em uma severa crise sob o comando do líder chavista.
A resposta de Maduro chega três dias após as declarações do presidente dos Estados Unidos e depois que todo o chavismo governante e boa parte da comunidade internacional rejeitou a possibilidade de uma intervenção na Venezuela.
"Este povo está decidido a enfrentar os extremistas, supremacistas e racistas dos Estados Unidos; e derrotá-los com a coragem, valentia, e força que nos fazem sermos orgulhoso de sermos venezuelanos", disse Maduro durante um forte discurso frente a milhares de chavistas que lhe aplaudiam.
A denominada "marcha anti-imperialista" convocada pelo governo percorreu várias ruas do oeste de Caracas e chegou até os arredores do palácio presidencial de Miraflores, onde foi colocada uma faixa com uma mensagem escrita em letras gigantes: "Fora Trump da América Latina ".
Ali, Maduro classificou como "desproporcionais, altissonantes e grosseiras" as advertências do presidente americano, e assegurou que o povo venezuelano "não se intimida nem é derrotado por ninguém".
Neste sentido, agradeceu aos governos e líderes do mundo que, segundo comentou, expressaram o seu repúdio à possibilidade de fazer uma operação militar no país caribenho.
O líder chavista acredita que o governo de Trump tomou esta posição a respeito de Caracas devido à "derrota" da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) na sua tentativa de tirá-lo do poder nos últimos meses, quando uma onda de protestos sacudiu a Venezuela e se saldou com mais de 120 mortos.
Por isso, insistiu na sua solicitação de conversar por telefone com o presidente americano para dizer que a oposição venezuelana lo está "roubando" e "enganando", já que o antichavismo - que denuncia a existência de uma "ditadura" no país - inscreveu candidatos para as eleições de governadores previstas para outubro.