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Macron estende quarentena por coronavírus na França até 11 de maio

Em pronunciamento na TV, presidente informou que a reabertura será progressiva, começando com creches e escolas

Macron: presidente assumiu que o país não estava preparado para a crise (Christian Hartmann/Reuters)
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AFP

Publicado em 13 de abril de 2020 às 15h25.

Última atualização em 13 de abril de 2020 às 17h45.

A França , um dos países europeus mais atingidos pelo coronavírus , com quase 15.000 mortes, estenderá até 11 de maio as rigorosas medidas de confinamento de sua população para combater a epidemia.

"Devemos continuar respeitando o confinamento estrito", insistiu o presidente Emmanuel Macron nesta segunda-feira em um discurso televisionado de quase 30 minutos em que anunciou a extensão da quarentena em vigor desde 17 de março.

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"Esta é a condição para retardar ainda mais a disseminação do vírus, encontrar lugares disponíveis para terapia intensiva e permitir que nossa equipe de saúde recupere suas forças", acrescentou.

Nas últimas quatro semanas, os 67 milhões de franceses ficaram confinados em suas casas e só podem trabalhar quando não é possível fazer isso remotamente ou realizar atividades básicas como comprar alimentos, remédios ou fazer uma hora de exercício físico por dia.

A França, o terceiro país europeu mais atingido pelo COVID-19, depois da Itália e da Espanha, se aproxima de 15.000 mortes por coronavírus desde o início da pandemia, com mais 574 mortes nas últimas 24 horas.

No entanto, o número de pessoas em terapia intensiva registrou uma queda, com "24 pacientes a menos", segundo dados da Diretoria Geral de Saúde.

"A epidemia começa a desacelerar" e "a esperança renasce", disse Macron.

"Progressiva"

"Em 11 de maio próximo será o início de uma nova etapa. Ela será progressiva e as regras poderão ser adaptadas em função dos resultados", disse Macron em discurso televisionado nesta segunda-feira (13).

A partir dessa data, as creches e as escolas reabrirão "progressivamente", mas esse não será o caso das universidades, que não poderão retomar as aulas presenciais antes das férias de verão europeu.

Restaurantes, cafés, hotéis, teatros, cinemas e museus ficarão fechados até 11 de maio.

"Vamos avaliar a situação coletivamente a partir de meados de maio, toda semana", explicou o presidente francês.

Da mesma forma, as pessoas mais vulneráveis, idosos ou pessoas com deficiências graves ou doenças crônicas "devem permanecer confinadas após 11 de maio, pelo menos em um primeiro momento".

Para conter a disseminação do COVID-19, Emmanuel Macron indicou que as fronteiras da França com países não europeus permanecerão fechadas "até novo aviso" e pediu mais "unidade" e "solidariedade" entre os europeus.

"Estamos na hora da verdade, que impõe mais ambição, mais audácia, em um momento de refundação", afirmou sobre o bloco europeu, que desde o início da pandemia não consegue chegar a um acordo para tomar medidas.

Ajuda "excepcional"

A falta de confinamento já começou em alguns países, como na Espanha ou na Áustria, mas os especialistas concordam que o relaxamento da quarentena deve ser gradual para evitar uma segunda onda de contágios.

Entre os planos para sustentar a economia durante essa crise, Emmanuel Macron anunciou um específico para setores como turismo, hotelaria e restauração, duramente atingidos a longo prazo. Ele também afirmou que está sendo preparada ajuda "excepcional" para as famílias mais vulneráveis.

O confinamento, que paralisou grande parte da economia, levou a França a uma recessão, com uma queda de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, o pior resultado trimestral da economia francesa desde 1945.

O Banco Central estima que cada quinzena de confinamento provoca uma queda no PIB de 1,5% no ritmo anual.

"Nas próximas semanas, teremos que construir o depois. Teremos que construir uma economia mais forte para produzir e dar esperança a nossos trabalhadores e empresários novamente", disse Macron.

Essa epidemia já matou mais de 112.500 pessoas em todo o mundo desde que o novo coronavírus foi identificado em dezembro na China.

A Europa continua sendo o continente mais afetado pela pandemia, com um total de 75.011 mortes e 909.673 casos de contaminação.

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