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Macron acusa Musk de apoiar 'nova internacional reacionária'

Presidente francês destaca ameaças à democracia e faz críticas à Rússia, Irã e mudanças climáticas

Emmanuel Macron: discurso crítico sobre política internacional e ameaças à democracia (Ludovic MARIN /AFP)

Emmanuel Macron: discurso crítico sobre política internacional e ameaças à democracia (Ludovic MARIN /AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 17h07.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, acusou nesta segunda-feira o bilionário Elon Musk de “apoiar uma nova internacional reacionária” e de interferir em eleições em outros países, incluindo a Alemanha.

“Há dez anos, se nos tivessem dito que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo apoiaria uma nova internacional reacionária e interviria diretamente em eleições, inclusive na Alemanha, quem imaginaria?”, questionou Macron durante seu discurso na conferência anual de embaixadores franceses.

Macron alertou para a “incerteza” vivida por um mundo cada vez mais “em desordem”, marcado pelo retorno dos impulsos imperialistas, pelo questionamento da informação e do conhecimento e pelo questionamento “muito violento” do humanismo.

Nesse sentido, advertiu sobre a existência de “um grupo internacional de reacionários” representando “grandes interesses financeiros privados”, que se aproveita do fato de que “nossas democracias liberais não têm sido suficientemente eficazes” na proteção da classe média.

“Devemos conseguir uma agenda de defesa da democracia”, destacou, enfatizando que as grandes empresas de tecnologia, embora tragam novas possibilidades, também fazem com que os Estados se sintam ameaçados por seu poder crescente.

Críticas à Rússia, Irã e desafios globais

Macron ampliou suas críticas a outros atores internacionais. Sobre a Rússia, afirmou que o país mudou a maneira como exerce sua “agressão contra os europeus” e mencionou sua interferência política e eleitoral na Romênia, Moldávia, Geórgia e Armênia.

Além disso, acusou Moscou de “globalizar de fato” a guerra na Ucrânia, que ele considera um dos maiores desafios estratégicos enfrentados pela Europa. “Não há uma solução rápida e fácil para este conflito”, reconheceu. No entanto, destacou que não haverá solução sem os ucranianos, algo que a Europa não aceitaria.

Quanto ao Irã, criticou seu programa de mísseis balísticos, que “ameaça o território europeu”, e apontou o envolvimento do país na invasão russa da Ucrânia e em conflitos no Oriente Médio. “A questão iraniana é uma das principais questões que abordaremos com o novo governo dos EUA”, declarou.

Clima e conflitos no Oriente Médio

Macron advertiu sobre o risco “muito significativo” de regressão na luta contra a mudança climática, citando recentes desastres naturais na Espanha e no departamento francês de Mayotte.

Sobre a Faixa de Gaza, declarou que “não há justificativa para a continuação das operações militares de Israel” e pediu avanços nas aspirações palestinas.

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