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Líder da oposição apresenta moção de censura contra governo da Grécia

O líder da oposição critica a administração por ter feito um acordo para encerrar uma disputa de décadas sobre o nome da Macedônia

Líder da oposição na Grécia, Kyriakos Mitsotakis (Alkis Konstantinidis/Reuters)

Líder da oposição na Grécia, Kyriakos Mitsotakis (Alkis Konstantinidis/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2018 às 10h00.

Atenas - Líder do principal partido oposicionista da Grécia, Kyriakos Mitsotakis afirmou nesta quinta-feira que apresentará uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras. Mitsotakis critica a administração por ter fechado um acordo para encerrar uma disputa de décadas sobre o nome da Macedônia.

No Parlamento, Mitsotakis disse que pretende apresentar formalmente a moção nesta quinta-feira, após uma votação marcada sobre a lei de reformas econômicas. Na terça-feira, Tsipras e o premiê Zoran Zaev, da Macedônia, concordaram em renomear o país para Macedônia do Norte, o que encerra uma disputa que a impedia de ingressar em instituições internacionais, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A disputa impulsiona o sentimento nacionalista nos dois países há anos e o acordo foi criticado dos dois lados da fronteira, com os premiês acusados de ceder muito ao outro lado.

A coalizão de governo de Tsipras tem uma maioria de quatro cadeiras no Parlamento de 300 membros. O acordo, porém, provoca divisões entre os governistas. O ministro da Defesa, Panos Kammenos, por exemplo, mostrou-se contrário à iniciativa. Kammenos comanda o partido direitista Gregos Independentes, que é parte da coalizão, e a posição dele pode ser crucial.

A Grécia há tempos exige que a Macedônia mude de nome, alegando que o atual implicaria reivindicações territoriais da província grega ao norte do mesmo nome, onde nasceu Alexandre, o Grande, e usurparia a herança e a história gregas.

Na Grécia, há pessoas contrárias a qualquer uso do termo "Macedônia" como nome do vizinho ao norte. Já os contrários na Macedônia argumentam que mudar o nome seria uma ameaça à identidade nacional. Na quarta-feira, o presidente macedônio, Gjorge Ivanov, ameaçou não assinar o acordo após ele ser votado pelo Parlamento, o que pode atrasar sua implementação.

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