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Líbano e Hezbollah concordam com plano de cessar-fogo dos EUA, diz Reuters

Plano inclui retirada de forças do Hezbollah da fronteira com Israel e negociações em andamento

Plano de cessar-fogo mediado pelos EUA visa criar zona desmilitarizada entre Israel e Líbano, reduzindo tensões na região. (Kawnat Haju/AFP/Getty Images)

Plano de cessar-fogo mediado pelos EUA visa criar zona desmilitarizada entre Israel e Líbano, reduzindo tensões na região. (Kawnat Haju/AFP/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 06h21.

O Líbano e o grupo Hezbollah aceitaram os termos de um plano dos Estados Unidos para um cessar-fogo com Israel, conforme informou a agência Reuters nesta segunda-feira, 18. A proposta busca encerrar semanas de intensos combates na região, que resultaram em centenas de mortes e agravaram a crise humanitária em ambos os lados.

Ali Hassan Khalil, assessor do presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, declarou que o governo libanês já enviou sua resposta ao embaixador dos EUA no Líbano, demonstrando disposição para avançar nas negociações. No entanto, fontes americanas destacaram que o processo ainda está em curso. O conselheiro sênior do presidente Joe Biden para o Oriente Médio, Amos Hochstein, foi enviado a Beirute para dialogar diretamente com as autoridades locais e refinar os termos do acordo.

Segundo o plano, baseado em uma resolução das Nações Unidas, o Hezbollah concordaria em retirar suas forças de uma área que se estende da fronteira com Israel até o rio Litani, criando uma zona desmilitarizada. Essa medida visa reduzir as tensões ao longo da fronteira e permitir que os moradores do norte de Israel, deslocados pelos combates, retornem às suas casas.

Acordo enfrenta desafios e incertezas regionais

O plano de cessar-fogo foi recebido com otimismo e cautela, já que a implementação ainda depende de fatores críticos. O Hezbollah permitiu que Nabih Berri conduzisse as negociações em seu nome, mas fontes ligadas ao grupo ressaltam que compromissos futuros dependerão das ações de Israel. Por sua vez, o governo israelense não se pronunciou oficialmente sobre a proposta, o que adiciona incerteza ao desfecho das conversas.

A incursão terrestre de Israel no sul do Líbano, iniciada em 1º de outubro, teve como objetivo enfraquecer o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã, e interromper os frequentes ataques transfronteiriços que ocorrem há mais de um ano. Paralelamente, os bombardeios aéreos israelenses em Beirute e outras áreas mataram membros de alto escalão do Hezbollah, incluindo seu líder, Hassan Nasrallah.

Além dos desafios militares, o Líbano enfrenta uma grave crise econômica e política, com impactos diretos na população civil. Milhares de libaneses estão deslocados devido aos combates, enquanto a infraestrutura do país segue sobrecarregada. O plano de cessar-fogo, se implementado, pode trazer um alívio temporário, mas a estabilidade a longo prazo dependerá de ações coordenadas entre os atores regionais e internacionais.

A proposta dos EUA também envolve o reforço do papel das Nações Unidas na região, incluindo a supervisão da retirada de forças e a garantia de que áreas estratégicas permaneçam livres de atividades militares. Contudo, especialistas alertam que a falta de confiança mútua entre Israel e Hezbollah pode dificultar a execução plena do acordo.

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