Exame Logo

Lentidão da Justiça desgasta Occupy Wall Street

Manifestantes que prometeram "ocupar" os tribunais contestando suas prisões por delitos menores, vêm sendo derrotados pela lentidão da justiça

Membro do Ocupe Wall Street nos EUA: 2.600 prisões ligadas ao movimento foram feitas em Manhattan no dia 1o de outubro (Mario Tama)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2013 às 14h15.

Nova York - Manifestantes do movimento Occupy Wall Street que prometeram "ocupar" os tribunais contestando suas prisões por delitos menores, vêm sendo derrotados pela lentidão da justiça, com muitos deles abrindo mão dos julgamentos.

Enquanto o aniversário de dois anos do Occupy se aproxima, no dia 17 de setembro, o movimento que chegou a cativar a atenção nacional, está praticamente sem força.

Centenas de manifestantes que lutam contra a desigualdade econômica, montaram um acampamento improvisado em um parque no centro de Manhattan, inspirando a criação de acampamentos semelhantes em todo o país. A polícia acabou liberando o parque da cidade de Nova York, durante uma incursão noturna.

Mais de 2.600 prisões ligadas ao movimento Occupy, foram feitas em Manhattan, incluindo 700 na Ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge) no dia 1o de outubro.

Aproximadamente metade de todos os acusados se declarou culpada em troca de uma anulação das acusações, depois que ficassem sem ter problemas com a lei durante seis meses. Ao todo, menos de 70 casos chegaram a ser julgados, menos de três por cento do total; 53 resultaram em condenações.

Dezesseis casos permaneciam pendentes em agosto, de acordo com as estatísticas da promotoria de Manhattan.


Muitos acusados acharam que era muito oneroso ficar retornando várias vezes ao tribunal na sobrecarregada Justiça Criminal da Cidade de Nova York, que cuida de centenas de milhares de casos por ano, mesmo quando eles achavam que suas prisões haviam sido ilegais, disse Martin Stolar, um advogado da National Lawyers Guild (Associação Nacional dos Advogados), que cuidou de centenas dos casos.

"Qual é a melhor maneira de usar o seu tempo?" Stolar disse que perguntou a vários clientes. "Vir ao tribunal e contestar o caso, ou seguir em frente e continuar a fazer o trabalho político que o levou ao movimento Occupy em primeiro lugar?" Durante quase dois anos depois da sua prisão na Ponte de Brooklyn, durante uma manifestação do Occupy Wall Street, Karina Garcia se recusou a aceitar um acordo com a promotoria.

Na sua nona ida ao tribunal, em junho, seus olhos se encheram de lágrimas depois que o juiz lhe disse para voltar em dois meses. Finalmente, o juiz determinou, no início deste mês que a promotoria havia perdido muito tempo para julgá-la e anulou seu processo.

A grande maioria dos manifestantes detidos foram acusados de infrações menores, como conduta desordeira ou bloqueio de tráfego de veículos.

Na época, muitos manifestantes disseram que iriam lutar contra as acusações. Oficiais de Justiça designaram um tribunal especial, e o escritório de advocacia do Distrito de Manhattan designou uma equipe de promotores.

Alguns dos poucos casos duraram mais do que 10 vezes o período do acampamento.

Veja também

Nova York - Manifestantes do movimento Occupy Wall Street que prometeram "ocupar" os tribunais contestando suas prisões por delitos menores, vêm sendo derrotados pela lentidão da justiça, com muitos deles abrindo mão dos julgamentos.

Enquanto o aniversário de dois anos do Occupy se aproxima, no dia 17 de setembro, o movimento que chegou a cativar a atenção nacional, está praticamente sem força.

Centenas de manifestantes que lutam contra a desigualdade econômica, montaram um acampamento improvisado em um parque no centro de Manhattan, inspirando a criação de acampamentos semelhantes em todo o país. A polícia acabou liberando o parque da cidade de Nova York, durante uma incursão noturna.

Mais de 2.600 prisões ligadas ao movimento Occupy, foram feitas em Manhattan, incluindo 700 na Ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge) no dia 1o de outubro.

Aproximadamente metade de todos os acusados se declarou culpada em troca de uma anulação das acusações, depois que ficassem sem ter problemas com a lei durante seis meses. Ao todo, menos de 70 casos chegaram a ser julgados, menos de três por cento do total; 53 resultaram em condenações.

Dezesseis casos permaneciam pendentes em agosto, de acordo com as estatísticas da promotoria de Manhattan.


Muitos acusados acharam que era muito oneroso ficar retornando várias vezes ao tribunal na sobrecarregada Justiça Criminal da Cidade de Nova York, que cuida de centenas de milhares de casos por ano, mesmo quando eles achavam que suas prisões haviam sido ilegais, disse Martin Stolar, um advogado da National Lawyers Guild (Associação Nacional dos Advogados), que cuidou de centenas dos casos.

"Qual é a melhor maneira de usar o seu tempo?" Stolar disse que perguntou a vários clientes. "Vir ao tribunal e contestar o caso, ou seguir em frente e continuar a fazer o trabalho político que o levou ao movimento Occupy em primeiro lugar?" Durante quase dois anos depois da sua prisão na Ponte de Brooklyn, durante uma manifestação do Occupy Wall Street, Karina Garcia se recusou a aceitar um acordo com a promotoria.

Na sua nona ida ao tribunal, em junho, seus olhos se encheram de lágrimas depois que o juiz lhe disse para voltar em dois meses. Finalmente, o juiz determinou, no início deste mês que a promotoria havia perdido muito tempo para julgá-la e anulou seu processo.

A grande maioria dos manifestantes detidos foram acusados de infrações menores, como conduta desordeira ou bloqueio de tráfego de veículos.

Na época, muitos manifestantes disseram que iriam lutar contra as acusações. Oficiais de Justiça designaram um tribunal especial, e o escritório de advocacia do Distrito de Manhattan designou uma equipe de promotores.

Alguns dos poucos casos duraram mais do que 10 vezes o período do acampamento.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)JustiçaOcupe Wall StreetPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame