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Lavrov diz que Rússia articula missão humanitária na Ucrânia

Governo da Rússia articulou com as autoridades ucranianas uma missão humanitária, segundo o ministro russo das Relações Exteriores

Sergei Lavrov: "espero que esta ação humanitária se faça realidade muito em breve" (Alexander Nemenov/AFP)
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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 12h49.

Moscou - O governo da Rússia articulou com as autoridades ucranianas uma missão humanitária sob o auspício da Cruz Vermelha Internacional para prestar socorro à população do leste da Ucrânia , assegurou nesta segunda-feira o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

"Espero que esta ação humanitária se faça realidade muito em breve sob o auspício do Comitê Internacional de Cruz Vermelha. Pactuamos todos os detalhes com as autoridades da Ucrânia. Espero que nossos parceiros ocidentais não ponham impedimentos", ressaltou o chefe da diplomacia russa.

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Lavrov também fez uma dura crítica contra as principais capitais do Ocidente pela interpretação do conflito no leste da Ucrânia e suas consequências para a população civil.

"Se é certo o que comunicaram os gabinetes de imprensa de Londres, Washington e Berlim (...) sobre o fato de seus líderes terem concordado que não há necessidade de ajuda humanitária no leste da Ucrânia porque já estão sendo tomadas todas as medidas, se trata de uma degradante mostra de cinismo", disse Lavrov.

O ministro russo pediu aos países ocidentais não barrarem a missão humanitária promovida pela Rússia, embora tenha manifestado que "todos os pretextos, possíveis e impossíveis", para pôr impedimentos à medida, "já não existem".

A União Europeia (UE) deixou claro hoje que só daria seu apoio a uma missão humanitária no leste da Ucrânia se esta recebesse o sinal verde de Kiev e estivesse liderada pelas Nações Unidas.

Neste aspecto, a UE ressaltou que "não deveria haver nenhum tipo de ação militar direta e unilateral sob o pretexto de uma ação humanitária ou operação da manutenção da paz".

Os líderes ocidentais, liderados pelos EUA, temem que a Rússia queira colocar suas tropas na região do conflito com o pretexto de enviar de comboios humanitários para a população das regiões de Donetsk e Lugansk, palco de combates cada vez mais sangrentos entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reconheceu na semana passada que pelo menos 730 mil ucranianos fugiram de seu país para se refugiar na Rússia desde o início do conflito no leste da Ucrânia.

Outros 117 mil ucranianos se registraram como deslocados internos dentro do país, embora a Acnur acredite que o número real poderia ser maior, já que os homens preferem ocultar essa condição para não serem convocados aos combates ou por temerem possíveis represálias.

A União Europeia rebaixa o número de refugiados na Rússia a 168 mil ao contabilizar somente aqueles ucranianos que solicitaram algum grau de proteção oficial a Moscou.

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