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ONU prevê chegada do 'La Niña' com temperaturas mais frias ainda em 2024

Organização estima que fenômeno meteorológico aconteça entre julho e setembro ou de agosto a novembro

La Niña é um fenômeno de resfriamento das temperaturas superficiais no oceano Pacífico (Foto/AFP)

La Niña é um fenômeno de resfriamento das temperaturas superficiais no oceano Pacífico (Foto/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 3 de junho de 2024 às 12h08.

Última atualização em 3 de junho de 2024 às 12h16.

O fenômeno meteorológico 'La Niña' pode chegar em breve, acompanhado de temperaturas mais amenas, depois da onda de calor alimentada pelo 'El Niño', com recorde de temperatura superado a cada mês durante um ano.

"O fenômeno El Niño 2023/24, que contribuiu para alimentar o aumento das temperaturas globais e das condições meteorológicas extremas em todo o mundo, mostra sinais de que está chegando ao fim. É provável que aconteça um retorno às condições de 'La Niña' ainda este ano", indica a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu boletim mais recente sobre os dois fenômenos meteorológicos mundiais, que têm impactos quase opostos.

Há 60% de probabilidade que 'La Niña' apareça no período julho-setembro e 70% no período agosto-novembro, segundo a OMM, que considera que "o risco de ressurgimento do 'El Niño' é insignificante durante este período".

Antes, no período junho-agosto, a organização considera que existe a mesma probabilidade (50%) de condições neutras — nem 'El Niño', nem 'La Niña' — ou de uma transição para 'La Niña'.

Fenômeno natural

'La Niña' designa o resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície dos oceanos no centro e leste do Pacífico equatorial. O fenômeno está associado às mudanças na circulação atmosférica tropical: ventos, pressão e precipitações.

Os efeitos precisos variam de acordo com a intensidade e a duração, assim como da época do ano em que acontece o fenômeno e da interação com outros fenômenos climáticos, destaca a organização vinculada às Nações Unidas.

Os efeitos também variam de acordo com a região. Nos trópicos, 'La Niña' produz impactos climáticos contrários aos do 'El Niño'.

Porém, os fenômenos climáticos naturais "acontecem agora no contexto de uma mudança climática induzida pelo ser humano, que aumenta as temperaturas mundiais, exacerba as condições meteorológicas e climáticas extremas e tem consequência para os regimes sazonais de chuvas e temperaturas", recorda a OMM.

Calor e furacões

Todos os meses desde junho de 2023 registraram um novo recorde de temperatura e 2023 foi, com folga, o ano mais quente já registrado.

"O fim do 'El Niño' não significa uma pausa na mudança climática no longo prazo, pois o nosso planeta continuará aquecendo devido aos gases de efeito de estufa que retêm o calor", disse Ko Barrett, vice-secretária-geral da OMM.

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos já incorporou 'La Niña' a suas previsões para a temporada 2024 de furacões no Atlântico Norte.

A temporada começa em junho e deve ser "extraordinária", com a possibilidade de entre quatro e sete furacões de categoria 3 ou superior, segundo a NOAA.

A OMM também destaca que os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, apesar do efeito de resfriamento de um fenômeno 'La Niña' prolongado, que seguiu de 2020 até o início de 2023. O 'El Niño' atingiu o pico em dezembro de 2023 e é um dos cinco mais fortes já registrados.

"Nossas condições meteorológicas continuarão sendo mais extremas devido ao calor e umidade adicionais em nossa atmosfera", afirma Ko Barrett.

"Por isso, a iniciativa Alertas Prévios para Todos continua sendo a prioridade absoluta da OMM", acrescentou.

A iniciativa pretende garantir que, até o fim de 2027, toda a população mundial esteja protegida por sistemas de alerta precoce que avisem sobre riscos meteorológicos.

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