Kushner, o homem forte de Trump, vai ao Oriente Médio
Não há medidas efetivas para trazer paz à região desde que uma medida orquestrada pelo ex-secretário de Estado John Kerry caiu em 2014
EXAME Hoje
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 06h25.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às 07h42.
Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente americano Donald Trump , está de volta ao Oriente Médio, onde tenta articular conversas de paz entre palestinos e israelenses, numa missão que revela sua crescente importância para o governo. Kushner já esteve na região no final de junho para tratar do mesmo assunto. Não há medidas efetivas para trazer paz à região desde que uma medida orquestrada pelo ex-secretário de Estado John Kerry caiu em 2014.
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Com os ânimos exaltados na região, é improvável que Kushner consiga qualquer tipo de avanço em relação a junho. O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o aliado mais próximo de Trump no Oriente Médio, perde apoio a cada dia. Netanyahu encara duas investigações judiciais em Israel, que podem inclusive chegar a acusações de corrupção, o que limitaria o poder de negociação do primeiro ministro. Mesmo para Israel, onde o caos político é parte da vida cotidiana, há um senso de que a situação escalou a um ponto crítico.
As últimas interações do presidente Donald Trump sobre a violência causada por grupos extremistas em Charlottesville, principalmente nazistas e antissemitas, claro, não pegaram bem em Israel. Trump chegou a dizer que havia “pessoas muito boas” em ambos os lados da disputa, o que diminuiu seu apelo entre o público judeu.
Do outro lado do equação, os palestinos parecem pouco propensos a seguir com o plano da Casa Branca. O presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas disse a uma delegação israelense do partido de esquerda Meretz que já se encontrou com os enviados de Trump ao menos 20 vezes e que em todas os americanos garantiram que apoiam a saída de dois Estados, a diretriz dos Estados Unidos para lidar com o conflito adotada desde a época em que Hillary Clinton era secretária de Estado.
Mas quando Abbas perguntou “vocês dizem isso também para o governo de Israel?”, a resposta é silêncio. “A autoridade Palestina está à beira do desespero. Não há qualquer expectativa quanto ao governo Trump ou à delegação a caminho”, disse ao jornal The Los Angeles Times o parlamentar Issawi Frej, que fez parte da delegação que viajou a Ramallah.
Em casa, Trump também enfrenta descrença de seus aliados. Segundo reportagem do The New York Times o presidente não fala com o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, há semanas. O senador teria expressado a pessoas próximas que duvida da capacidade do presidente de salvar seu governo após as crises mais recentes. Com nenhum projeto grande aprovado no Congresso, de maioria republicana, o legado de Trump, ao que tudo indica, não será a paz no Oriente Médio.