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Kremlin desconhece interesse de Snowden por cidadania

O porta-voz do Kremlin lembrou que a "Rússia não é criadora desta situação, mas se deparou com esta realidade"

Edward Snowden: o Kremlin considera prioritárias as relações com os Estados Unidos, também em matéria de segurança global. (The Guardian via Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 16h24.

Moscou - O Kremlin assegurou nesta sexta-feira que desconhece se Edward Snowden , o ex-analista da CIA perseguido pela Justiça americana, deseja solicitar a cidadania russa, caso consiga o asilo temporário na Rússia.

"Qualquer solicitação de cidadania por parte de qualquer pessoa será estudada", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. O funcionário lembrou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem em sua atribulada agenda "assuntos muito mais importantes que Snowden".

"Para nós é muito mais importante o desenvolvimento regional. Por isso, certamente o assunto Snowden não é um dos assuntos principais na agenda diária do chefe de Estado", explicou Peskov.

O porta-voz do Kremlin lembrou que a "Rússia não é criadora desta situação, mas se deparou com esta realidade, com Snowden", que está na área de trânsito do aeroporto internacional em Moscou desde o dia 23 de junho.

Ao mesmo tempo, a fonte ainda lembrou que a condição imposta por Putin ao fugitivo americano para ficar no país - cessar toda atividade contra os interesses americanos permanece "invariável".

"A Rússia não entregou nem entregará ninguém. Ao mesmo tempo, não importa de quem se trate, o país não pode permitir que alguém se dedique a uma atividade que prejudique as relações bilaterais russo-americanas", disse o porta-voz.

O Kremlin considera prioritárias as relações com os Estados Unidos, também em matéria de segurança global. "Sinceramente desejamos que esta situação não repercuta de modo algum em nossas relações", assinalou Peskov.


E negou que tenha recebido alguma notificação por parte da Casa Branca sobre um possível mudança de planos do presidente americano, Barack Obama, que deve visitar a Rússia no começo de setembro.

Os veículos de imprensa russos e americanos opinaram que a presença em território russo de Snowden tornaria impossível a visita de Obama e sua participação na cúpula do G20 em São Petersburgo.

O advogado russo Anatoli Kucherena, assessor legal de Snowden, explicou hoje que o fugitivo americano está à espera de que o Serviço Federal de Migração acuse o recebimento de sua solicitação de asilo temporário na Rússia e que no mais tardar na próxima semana ele possa sair da área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo.

Caso receba o asilo, uma espécie de status humanitário de refugiado concedido pelo período de um ano, Snowden terá quase os mesmos direitos de um cidadão russo, incluindo a licença de trabalho.

Kucherena afirmou na quarta-feira passada que Snowden não descarta pedir mais à frente a nacionalidade russa, embora também estude a possibilidade de deixar a Rússia no futuro.

"Ele gostaria de se reunir com os líderes dos países que estariam dispostos a recebê-lo, mas por enquanto não pensa em viajar para nenhum lugar", finalizou Kucherena.

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Moscou - O Kremlin assegurou nesta sexta-feira que desconhece se Edward Snowden , o ex-analista da CIA perseguido pela Justiça americana, deseja solicitar a cidadania russa, caso consiga o asilo temporário na Rússia.

"Qualquer solicitação de cidadania por parte de qualquer pessoa será estudada", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. O funcionário lembrou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem em sua atribulada agenda "assuntos muito mais importantes que Snowden".

"Para nós é muito mais importante o desenvolvimento regional. Por isso, certamente o assunto Snowden não é um dos assuntos principais na agenda diária do chefe de Estado", explicou Peskov.

O porta-voz do Kremlin lembrou que a "Rússia não é criadora desta situação, mas se deparou com esta realidade, com Snowden", que está na área de trânsito do aeroporto internacional em Moscou desde o dia 23 de junho.

Ao mesmo tempo, a fonte ainda lembrou que a condição imposta por Putin ao fugitivo americano para ficar no país - cessar toda atividade contra os interesses americanos permanece "invariável".

"A Rússia não entregou nem entregará ninguém. Ao mesmo tempo, não importa de quem se trate, o país não pode permitir que alguém se dedique a uma atividade que prejudique as relações bilaterais russo-americanas", disse o porta-voz.

O Kremlin considera prioritárias as relações com os Estados Unidos, também em matéria de segurança global. "Sinceramente desejamos que esta situação não repercuta de modo algum em nossas relações", assinalou Peskov.


E negou que tenha recebido alguma notificação por parte da Casa Branca sobre um possível mudança de planos do presidente americano, Barack Obama, que deve visitar a Rússia no começo de setembro.

Os veículos de imprensa russos e americanos opinaram que a presença em território russo de Snowden tornaria impossível a visita de Obama e sua participação na cúpula do G20 em São Petersburgo.

O advogado russo Anatoli Kucherena, assessor legal de Snowden, explicou hoje que o fugitivo americano está à espera de que o Serviço Federal de Migração acuse o recebimento de sua solicitação de asilo temporário na Rússia e que no mais tardar na próxima semana ele possa sair da área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo.

Caso receba o asilo, uma espécie de status humanitário de refugiado concedido pelo período de um ano, Snowden terá quase os mesmos direitos de um cidadão russo, incluindo a licença de trabalho.

Kucherena afirmou na quarta-feira passada que Snowden não descarta pedir mais à frente a nacionalidade russa, embora também estude a possibilidade de deixar a Rússia no futuro.

"Ele gostaria de se reunir com os líderes dos países que estariam dispostos a recebê-lo, mas por enquanto não pensa em viajar para nenhum lugar", finalizou Kucherena.

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