Kim Jong-un: íder disse na semana passada que está disposto a se reunir mais uma vez com Trump (KCNA/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de abril de 2019 às 06h34.
Seul - O governo da Coreia do Norte informou nesta quinta-feira (18), que o líder Kim Jong-un acompanhou de perto o teste de uma nova arma tática do país, um gesto que pode ter como alvo tanto o público doméstico como os Estados Unidos.
A agência "KCNA" disse que Kim "supervisionou e presenciou" o teste, realizado ontem pela Academia das Ciências de Defesa.
O lugar onde o teste ocorreu não foi revelado, algo habitual nos comunicados divulgados pela "KCNA". A agência se limitou a dizer que se trata de um "novo tipo de arma tática guiada", sem dar detalhes.
As armas táticas normalmente tem curto alcance e são projetadas para serem usadas contra o campo de batalha em conflitos.
A "KCNA" fala de uma arma com "voo guiado" capaz de transportar uma "cabeça armada" no que poderia se tratar de um míssil de cruzeiro, um projétil de curto alcance cujo uso por parte da Coreia do Norte não sanciona nenhuma das resoluções das Nações Unidas.
Por sua parte, um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse à Agência Efe que os oficiais militares em Seul "ainda estão analisando" o que aconteceu.
"O desenvolvimento desse sistema serve como um evento importante na hora de aumentar as capacidades de combate do Exército Popular. Os cientistas e trabalhadores da nossa indústria realizaram outro grande trabalho", disse Kim, de acordo com a "KCNA".
Esta foi a primeira vez que Kim supervisiona de perto um teste de armamento desde novembro do ano passado, quando o líder acompanhou o lançamento de outra arma tática, provavelmente um sistema de artilharia. Também não há detalhes sobre o que ocorreu.
Nas duas ocasiões, o diálogo com os Estados Unidos estava travado. O movimento de novembro parecia estar destinado a mostrar para o público norte-coreano a boa preparação do Exército.
Mesmo assim, o teste de uma arma nuclear de curto alcance também serve de lembrança para os Estados Unidos do potencial bélico da Coreia do Norte. O diálogo entre os dois países está morno desde a cúpula realizada no Vietnã, em fevereiro, que terminou sem acordo.
Desde então, Kim sugeriu romper as conversas com os americanos e ameaçou retomar os testes com mísseis nucleares. Apesar disso, o líder disse na semana passada que está disposto a se reunir mais uma vez com o presidente dos EUA, Donald Trump.