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Júri ordena que Trump pague US$ 83 milhões de indenização em caso de difamação de escritora

Veredito ocorre em meio a uma série de casos civis e criminais enfrentados pelo ex-presidente dos EUA, que também busca voltar à Casa Branca

Donald Trump, ex-presidente dos EUA (Spencer Platt/AFP)

Donald Trump, ex-presidente dos EUA (Spencer Platt/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 19h18.

Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 19h24.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será obrigado a pagar US$ 83 milhões de indenização à escritora E. Jean Carroll, a quem ele insultou publicamente e chamou de mentirosa após acusá-lo de estupro em uma loja de departamentos na década de 1990.

A decisão desta sexta-feira foi do júri de Nova York, após pouco menos de 3 horas de deliberações.

O veredito ocorre em meio a uma série de casos civis e criminais enfrentados por Trump, que busca retornar à Casa Branca nas eleições presidenciais de novembro. Durante o julgamento, o ex-presidente alternou entre paradas de campanha em New Hampshire, onde venceu as primárias presidenciais republicanas, e comparecimentos ao tribunal, usando-os como uma oportunidade para alcançar eleitores e dizendo ser vítima de uma conspiração política.

Em 2019, Carroll publicou, em um livro de memórias, a acusação de que Trump a havia estuprado em uma loja de luxo de Nova York, em algum momento entre 1995 e 1996. Na ocasião, Trump chamou a Carroll de "doente mental", e incitou seus apoiadores contra ela. Em maio do ano passado, em um outro caso civil, um júri considerou o ex-presidente culpado por abuso sexual, e ainda o condenou por comentários difamatórios feitos à vítima.

O processo civil em Nova York é apenas uma pequena parte dos muitos problemas que o provável candidato republicano à Presidência enfrenta na Justiça. Ao todo, ele tem 91 acusações federais e estaduais em quatro processos contra si, incluindo conspiração para obstrução de justiça, para falsificação de documentos e para obstrução de um procedimento legal. Quase todas as acusações estão ligadas à tentativa frustrada de reverter a derrota para Joe Biden nas eleições de 2020, além do discurso negacionista que alimentou teorias da conspiração e levou à invasão do Capitólio, em 2021.

Trump tem usado os processos para criar uma narrativa de que está sendo perseguido pelo "Estado profundo", e que tudo não passa uma tentativa de impedir a vitória que, como vem alegando em discursos, será certa contra Joe Biden. Sua principal estratégia de defesa é uma tese de que ele teria imunidade presidencial total, ou seja, não pode ser processado por atos ocorridos enquanto ele ocupava a Casa Branca.

Em dezembro, ele sofreu uma derrota, depois que um tribunal de Washington invalidou o argumento, em um caso relacionado às acusações civis ligadas ao ataque ao Capitólio. Os advogados dele aguardam uma decisão de uma corte de apelações, mas o caso deve parar na Suprema Corte, que rejeitou um pedido do Departamento de Justiça para analisar a questão de forma antecipada.

Em outra frente, o ex-presidente tenta reverter uma decisão da Justiça do Colorado, que o considerou inelegível no estado por se envolver em "participação aberta, voluntária e direta" em uma insurreição, o que viola a 14ª Emenda à Constituição dos EUA. Uma decisão similar foi adotada no Maine, mas temporariamente suspensa até a palavra final da Suprema Corte, que não tem data para acontecer.

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