Julian Assange ironiza Obama em vídeo durante evento na ONU
Fundador do WikiLeaks ironizou Obama por defender a liberdade de expressão no mundo Árabe em um discurso na instituição
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 08h35.
Nações Unidas - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange , falando por meio de um conexão de vídeo ruim de sua prisão domiciliar em Londres, disparou contra o presidente norte-americano, Barack Obama, na quarta-feira, por apoiar a liberdade de expressão no Oriente Médio ao mesmo tempo que "persegue" sua organização por ter vazado correios diplomáticos.
Assange, que está abrigado na embaixada equatoriana em Londres desde junho para evitar uma extradição, fez os comentários durante um evento lotado realizado à margem da Assembleia-Geral da ONU.
Assange ironizou Obama por defender a liberdade de expressão no mundo Árabe em um discurso à Organização das Nações Unidas, apontando para sua própria experiência como prova de que Obama "fez mais para criminalizar a liberdade de expressão do que qualquer outro presidente dos EUA".
"Deve ter sido uma surpresa para os adolescentes egípcios que lavaram o gás lacrimogêneo norte-americanos de seus olhos (durante a Primavera Árabe) ouvir que os EUA apoiaram as mudanças no Oriente Médio", disse Assange.
"É hora de o presidente Obama conter suas palavras... e para os EUA acabarem com sua perseguição ao WikiLeaks", afirmou.
Os comentários combativos de Assange, somando-se às declarações do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, e seus outros aliados no evento, sugeriram que não há nenhuma solução à vista para o impasse diplomático envolvendo o australiano de 41 anos.
Autoridades britânicas cercaram a embaixada equatoriana e afirmam que caso Assange ponha o pé para fora, eles irão prendê-lo e extraditá-lo para a Suécia para enfrentar acusações por estupro e assédio sexual.
Os advogados de Assange e o governo equatoriano temem que isso possa levar a uma extradição aos EUA, onde afirmam que ele poderia enfrentar condições desumanas de prisão e até pena de morte.
O fundador do WikiLeaks, que parecia estar em bom estado de saúde ao aparecer sentado a uma mesa diante de uma prateleira de livros ao falar para cerca de 150 pessoas no evento, disse que a Grã-Bretanha e a Suécia recusaram-se até agora a fornecer garantias de que ele não seria extraditado aos Estados Unidos.
Fontes do governo norte-americano e da Suécia alegaram que os EUA não emitiram nenhuma acusação criminal ou fizeram qualquer tentativa de conseguir a extradição de Assange.