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Juiz dos EUA impõe ordem de silêncio a Trump após críticas em rede social

Juan Merchan proibiu a Trump atacar publicamente testemunhas em potencial, promotores, funcionários da corte, seus familiares e os jurados

Donald Trump: Na decisão desta terça, Merchan destacou que Trump tem um histórico de fazer comentários públicos "ameaçadores, incendiários e degradantes" (Michael M. Santiago/Getty Images)

Donald Trump: Na decisão desta terça, Merchan destacou que Trump tem um histórico de fazer comentários públicos "ameaçadores, incendiários e degradantes" (Michael M. Santiago/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2024 às 10h18.

Última atualização em 27 de março de 2024 às 10h52.

O juiz de Nova York encarregado do processo em que Donald Trump é acusado de pagar para silenciar uma ex-atriz pornô impôs ao ex-presidente, nesta terça-feira, 26, uma ordem parcial de silêncio, após comentários seus sobre o magistrado e sua família.

O juiz Juan Merchan proibiu a Trump atacar publicamente testemunhas em potencial, promotores, funcionários da corte, seus familiares e os jurados.

A ordem chega depois de Trump agredir o juiz e sua filha em uma série de publicações em sua rede social, Truth Social. Ali, ele descreveu Merchan como "um verdadeiro e certificado 'hater' de Trump, que sofre de um caso severo de Síndrome de Loucura de Trump".

"Em outras palavras, ele me odeia", disse o ex-presidente. "O juiz Merchan deveria se recusar, não pode me oferecer um julgamento justo".

O republicano também disse que a filha de Merchan é "uma alta executiva em uma empresa Democrata Super Liberal".

Ordem de silêncio

Merchan é o terceiro juiz a cargo de um caso contra Trump a lhe impor uma ordem de silêncio.

O juiz Arthur Engoron, que liderou um processo por fraude em Nova York, que rendeu ao empresário uma multa milionária, já havia emitido uma ordem parcial de silêncio contra ele.

Também fez o mesmo a juíza distrital Tanya Chutkan, em Washington, encarregada de um caso federal no qual Trump é acusado de tentar reverter os resultados da eleição de 2020.

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Comentários "ameaçadores, incendiários"

Na decisão desta terça, Merchan destacou que Trump tem um histórico de fazer comentários públicos "ameaçadores, incendiários e degradantes".

"O antecedente irrefutável que as declarações extrajudiciais prévias do acusado refletem estabelecem um risco suficiente para a administração da justiça", afirmou.

Segundo Merchan, "não há meios menos restritivos para evitar este risco" do que lhe impor uma ordem de silêncio.

O juiz anunciou esta decisão um dia depois de marcar para 15 de abril o início do primeiro julgamento penal que um ex-presidente vai enfrentar nos Estados Unidos.

Trump é acusado de falsificar registros comerciais para acobertar pagamentos que seu advogado, Michael Cohen, fez à ex-atriz pornô Stormy Daniels na véspera das eleições de 2016, para se assegurar de que um encontro sexual entre os dois não viesse à tona.

O ex-presidente também responde a dezenas de ações vinculadas a uma suposta conspiração para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, que perdeu para Joe Biden, e também foi acusado de reter ilegalmente documentos sigilosos após deixar a Casa Branca.

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