Protestos: "é importante mudar a abordagem e não apenas as pessoas", disse o presidente do Conselho de sindicatos, Ali al Obous (Muhammad Hamed/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de junho de 2018 às 09h44.
Última atualização em 5 de junho de 2018 às 09h53.
Amã - Apesar da renúncia, na segunda-feira, do primeiro-ministro da Jordânia, Hani al-Mulki, milhares de pessoas voltaram a se manifestar durante a noite em várias partes do país contra as políticas econômicas do governo e da reforma tributária que forçou a saída do chefe do Executivo.
Milhares de manifestantes se concentraram nas cercanias da sede do governo, em Amã, capital do país, onde comparecem toda noite desde a última quarta-feira, mas a polícia impediu que eles chegassem ao edifício oficial.
Aconteceram também protestos em outras cidades importantes do país, onde os manifestantes pediram não apenas a troca do primeiro-ministro, mas também a formação de um governo de salvação nacional.
Além disso, o Conselho de Sindicatos, que liderou os protestos contra a reforma tributária, afirmou que seguirá com a greve convocada para quarta-feira, depois da bem-sucedida paralisação de 24 horas na semana passada.
"É importante mudar a abordagem e não apenas as pessoas", disse o presidente do órgão sindical, Ali al Obous.
A nova lei pretende melhorar a administração tributária e aumentar o número de contribuintes em 6%, rebaixando o limite de renda exigido para pagar o imposto de renda, no âmbito das medidas ditadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir o déficit estadual.
Por sua vez, o rei Abdullah II da Jordânia expressou seu "orgulho" e "honra" pela forma "civilizada" na qual os jovens protestaram nas ruas "o que reflete seu desejo de ter um futuro melhor".
Em declarações divulgadas pela agência oficial de notícias, "Petra", o monarca afirmou que "os cidadãos têm o direito de protestar", reiterando seu apoio às manifestações.
O rei terá que nomear um novo primeiro-ministro e o eleito seria o atual ministro da Educação, Omar Razzaz.