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Japão rejeita acusação de "guerra cambial"

Os apelos do primeiro-ministro Shinzo Abe para que o Banco do Japão atue de forma agressiva contra a deflação causaram uma forte desvalorização do iene

O primeiro-ministro Shinzo Abe disse que o pacote deve elevar o Produto Interno Bruto (PIB) em dois pontos porcentuais (REUTERS/Issei Kato)

O primeiro-ministro Shinzo Abe disse que o pacote deve elevar o Produto Interno Bruto (PIB) em dois pontos porcentuais (REUTERS/Issei Kato)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2013 às 09h50.

Tóquio - O Japão rejeitou nesta sexta-feira críticas de que a agressiva política monetária do seu Banco Central poderá motivar uma onda de desvalorizações cambiais no mundo todo, e disse que o objetivo é apenas reverter a crônica deflação no país, e não manipular a cotação do iene.

Os apelos do primeiro-ministro Shinzo Abe para que o Banco do Japão atue de forma agressiva contra a deflação causaram uma forte desvalorização do iene, gerando na Europa o temor de que isso leve outros bancos centrais a fazerem o mesmo, contribuindo assim para a "guerra cambial" - movimento geral de desvalorização competitiva das moedas, para beneficiar exportações.

O Japão poderá ser cobrado por sua política durante a reunião de líderes financeiros do G20 (grupo das maiores economias mundiais) nos dias 15 e 16 de fevereiro. A atual política monetária é parte de um grandioso plano japonês para reativar sua economia.

"O abrandamento monetário se destina a tirar o Japão da deflação rapidamente", disse na sexta-feira a jornalistas o ministro das Finanças, Taro Aso. "Não é preciso (nos) criticar por manipular a moeda." O Banco do Japão aceitou nesta semana dobrar sua meta inflacionária, elevando-a a 2 por cento, e se comprometeu a comprar títulos de forma ilimitada a partir de 2014. As medidas se destinam a tirar a economia da sua quarta recessão desde 2000 e a reverter a deflação dos últimos quase 20 anos.

Mas os dados mostram que a tarefa será árdua. Em dezembro, o índice de preços ao consumidor caiu 0,1 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Excluindo os voláteis valores de energia e alimentação, a queda foi de 0,2 por cento.

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