O cancelamento da viagem ocorreu depois que o grupo terrorista, que governa a Faixa de Gaza, não ter respondido a duas exigências de Israel (Kena Betancur/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 3 de março de 2024 às 20h16.
Em meio à crescente expectativa por um cessar-fogo em Gaza, o governo de Israel vetou a ida da sua delegação ao Cairo, onde a partes deveriam se reunir a partir deste domingo para negociar os termos de um possível acordo junto aos países intermediadores: Catar, Egito e EUA.
A informação foi revelada pela rede americana CNN, que conversou, sob condição de anonimato, com uma autoridade israelense familiarizada com o assunto. Representantes do grupo terrorista Hamas estão neste momento na capital egípcia para discutir a trégua.
Segundo a fonte, o cancelamento da viagem ocorreu depois que o grupo terrorista, que governa a Faixa de Gaza, não ter respondido a duas exigências de Israel: uma lista de reféns que estão sob custódia, vivos e mortos, e a proporção de prisioneiros palestinos que deveriam deixar as prisões israelenses por cada refém libertado.
A decisão acontece um dia depois de um funcionário de alto-escalão dos Estados Unidos afirmar à imprensa americana que Israel teria "basicamente aceitado", a princípio, os termos do acordo. A proposta, apresentada anteriormente em Paris, prevê uma pausa de seis semanas nos combates e a libertação de 42 reféns em posse do Hamas em troca de prisioneiros palestinos em Israel.
Um dirigente do Hamas também havia confirmado, neste domingo, que o cessar-fogo temporário poderia ser alcançado dentro de poucos dias, caso Israel aceitasse as condições do grupo:
"Se Israel aceitar as exigências do Hamas, que incluem o retorno dos palestinos deslocados para o norte de Gaza e o aumento da ajuda humanitária, isso poderá abrir caminho para um acordo nas próximas 24 a 48 horas", disse o dirigente do Hamas, que não quis se identificar, mas segundo o qual o grupo também "está pronto para mostrar flexibilidade" em relação ao número de prisioneiros a serem libertados das prisões israelenses.
Ainda de acordo com a fonte, que fez parte das conversas a portas fechadas do governo de Israel, o veto à ida da delegação teria partido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, junto com o diretor do Mossad, o serviço de inteligência israelense, David Barnea, um dos principais negociadores de Tel Aviv, após Barnea não ter recebido uma resposta do Hamas sobre as condições israelenses.