Israel quer acordo de trégua, mas Hamas precisa recuar de algumas demandas, diz Netanyahu
Questionado sobre a pressão de Washington para recuar nos confrontos, Netanyahu argumentou que é crucial mantê-los
Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 06h56.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou em entrevista neste domingo, 25, à emissora americana CBS que seu país quer um acordo de trégua e troca de reféns com o Hamas. Segundo ele, porém, o grupo palestino precisa primeiro recuar de "pedidos lunáticos".
Netanyahu reafirmou, além disso, que tem mais três objetivos na guerra: libertar reféns; destruir o Hamas; e garantir que a Faixa de Gaza não mais represente um risco para Israel no futuro. O acordo, caso se confirme, significaria troca de reféns e uma trégua de seis semanas, mas o premiê israelense reafirmou que ainda pretende conseguir cumprir seus objetivos no conflito.
Questionado sobre a pressão de Washington para recuar nos confrontos, Netanyahu argumentou que é crucial mantê-los. Segundo ele, deixar o Hamas com o controle de parte de Gaza seria o equivalente a permitir que o Estado Islâmico fosse poupado e mantivesse um território sob seu comando.
Operação militar em Rafah
Netanyahu argumentou que, quando Israel lançar uma operação militar em Rafah, estará a semanas de uma vitória na guerra. Aliados e organizações humanitárias, porém, temem uma escalada nas vítimas, diante dos mais de 1 milhão de civis na cidade, já enfrentando grave crise humanitária pelos confrontos na região. O premiê defendeu a estratégia de retirar os civis antes de ataques como positiva, e criticou o Hamas por usar civis como escudo humano. "Os EUA concordam conosco no objetivo de destruir o Hamas", disse.
"Não podemos conseguir a paz se não vencermos a guerra", afirmou Netanyahu. Ele disse ainda ser contra um eventual reconhecimento unilateral da Palestina por outros países. E disse que o Hamas forçou a guerra, com seu ataque contra civis em 7 de outubro passado em território israelense. Ele acusou o Hamas de cometer "duplo crime de guerra", ao atacar civis e ao se esconder atrás deles na hora dos ataques.