Israel presta última homenagem ao polêmico Ariel Sharon
Durante o funeral militar, realizado na tarde desta segunda-feira na fazenda de sua família, no sul do país, oito generais transportaram o caixão
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 20h16.
Israel prestou nesta segunda-feira uma última homenagem ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, enterrado na fazenda de sua família, no sul de Israel, destacando a incansável dedicação ao Estado hebreu de um de seus líderes políticos e militares mais capazes e controversos.
Sharon faleceu no sábado, aos 85 anos, depois de ter passado oito em coma devido a um derrame cerebral que o atingiu no ápice de uma longa carreira durante a qual foi considerado herói por alguns e criminoso de guerra por outros.
Durante o funeral militar, realizado na tarde desta segunda-feira na fazenda de sua família, no sul do país, oito generais transportaram o caixão, envolvido na bandeira branca e azul com a estrela de David, enquanto um cantor entoava uma oração tradicional para os mortos .
Depois de retirar a bandeira, o caixão foi baixado até o túmulo e coberto com terra.
Como manda a tradição, um rabino militar se aproximou dos dois filhos de Sharon, Omri e Gilad, e fez um corte em suas camisas em sinal de luto.
"Arik, o comandante. Teve muitos títulos através dos anos, mas acredito que este é o que lhe cai melhor", declarou o chefe de Estado-Maior, o tenente general Benny Gantz, utilizando o apelido de Sharon.
Entre as personalidades estrangeiras presentes estavam na primeira fila o vice-presidente americano, Joe Biden, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, emissário do Quarteto para o Oriente Médio.
Mais cedo, durante uma cerimônia diante do Knesset (Parlamento Unicameral) em Jerusalém, o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prestaram uma emotiva homenagem ao "combatente", elogiado principalmente por seu papel durante a Guerra do Yom Kipur de outubro de 1973 e por sua "guerra contra o terrorismo".
Netanyahu se comprometeu a "defender firmemente os princípios" do general Sharon em relação à segurança de Israel. "O Estado de Israel seguirá todos os caminhos possíveis para impedir que o Irã fabrique a arma nuclear", reiterou o chefe de Governo.
Sharon "foi o ombro no qual se apoiava a segurança do país", declarou Peres de pé na praça do Knesset, onde o caixão de Sharon, coberto pela bandeira de Israel, estava sobre um pedestal de mármore negro. "Nunca descansou no serviço de seu povo, enquanto defendia sua terra e a fazia florescer", acrescentou.
"Um homem complexo em uma época complexa"
Na cerimônia no Knesset, o vice-presidente americano, Joe Biden, lembrou Sharon como "um homem poderoso". "Era indomável", afirmou, elogiando sua valentia política ao levar adiante a retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005.
"O primeiro-ministro Sharon era um homem complexo (...) que viveu em uma época complexa em uma vizinhança complexa", explicou Biden.
Prova de que a retirada está longe de ter resolvido a situação na região, dois foguetes disparados da Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo movimento islamita Hamas, caíram no sudeste Israel logo depois do funeral, sem deixar vítimas ou causar danos
A aviação israelense respondeu com dois ataques aéreos ao centro e ao sul do enclave palestino.
Sharon, considerado um nacionalista inflexível ligado à desastrosa invasão do Líbano em 1982, quando era ministro da Defesa, surpreendeu como primeiro-ministro ao ordenar em 2005 a retirada israelense da Faixa de Gaza, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967).
Durante muito tempo foi considerado um pária político por sua responsabilidade pessoal indireta nos massacres de centenas de palestinos pelos falangistas cristãos libaneses, aliados de Israel, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, em 1982.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair lembrou Sharon como um indivíduo apaixonado por seu país. "Duro, mas tímido, indomável, mas um servo de seu povo", declarou Blair. "Foi um gigante em sua terra", sustentou.
O general Sharon, apelidado de "o buldôzer", "deixou em seu caminho danos consideráveis, mas seu objetivo e sua motivação sempre eram claros", acrescentou Blair, que atualmente é o emissário do Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.
Junto a Blair, que usava um quipá preto, assistia à cerimônia no Parlamento o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, atualmente de visita oficial.
O enterro de Sharon na fazenda de sua família respeitou um desejo do ex-primeiro-ministro, de repousar junto a sua segunda esposa, Lily.
Levando-se em conta a proximidade da fazenda com a Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas, o Exército, os serviços de segurança e a polícia enviaram reforços à zona e elevaram seu nível de alerta por medo de disparos de foguetes.
Cerca de 20.000 israelenses de todas as classes sociais passaram no domingo diante de seu caixão exposto em frente ao Parlamento. Muitos lembraram o carisma e a bravura do décimo primeiro chefe de Governo do Estado hebreu.
Israel prestou nesta segunda-feira uma última homenagem ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, enterrado na fazenda de sua família, no sul de Israel, destacando a incansável dedicação ao Estado hebreu de um de seus líderes políticos e militares mais capazes e controversos.
Sharon faleceu no sábado, aos 85 anos, depois de ter passado oito em coma devido a um derrame cerebral que o atingiu no ápice de uma longa carreira durante a qual foi considerado herói por alguns e criminoso de guerra por outros.
Durante o funeral militar, realizado na tarde desta segunda-feira na fazenda de sua família, no sul do país, oito generais transportaram o caixão, envolvido na bandeira branca e azul com a estrela de David, enquanto um cantor entoava uma oração tradicional para os mortos .
Depois de retirar a bandeira, o caixão foi baixado até o túmulo e coberto com terra.
Como manda a tradição, um rabino militar se aproximou dos dois filhos de Sharon, Omri e Gilad, e fez um corte em suas camisas em sinal de luto.
"Arik, o comandante. Teve muitos títulos através dos anos, mas acredito que este é o que lhe cai melhor", declarou o chefe de Estado-Maior, o tenente general Benny Gantz, utilizando o apelido de Sharon.
Entre as personalidades estrangeiras presentes estavam na primeira fila o vice-presidente americano, Joe Biden, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, emissário do Quarteto para o Oriente Médio.
Mais cedo, durante uma cerimônia diante do Knesset (Parlamento Unicameral) em Jerusalém, o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prestaram uma emotiva homenagem ao "combatente", elogiado principalmente por seu papel durante a Guerra do Yom Kipur de outubro de 1973 e por sua "guerra contra o terrorismo".
Netanyahu se comprometeu a "defender firmemente os princípios" do general Sharon em relação à segurança de Israel. "O Estado de Israel seguirá todos os caminhos possíveis para impedir que o Irã fabrique a arma nuclear", reiterou o chefe de Governo.
Sharon "foi o ombro no qual se apoiava a segurança do país", declarou Peres de pé na praça do Knesset, onde o caixão de Sharon, coberto pela bandeira de Israel, estava sobre um pedestal de mármore negro. "Nunca descansou no serviço de seu povo, enquanto defendia sua terra e a fazia florescer", acrescentou.
"Um homem complexo em uma época complexa"
Na cerimônia no Knesset, o vice-presidente americano, Joe Biden, lembrou Sharon como "um homem poderoso". "Era indomável", afirmou, elogiando sua valentia política ao levar adiante a retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005.
"O primeiro-ministro Sharon era um homem complexo (...) que viveu em uma época complexa em uma vizinhança complexa", explicou Biden.
Prova de que a retirada está longe de ter resolvido a situação na região, dois foguetes disparados da Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo movimento islamita Hamas, caíram no sudeste Israel logo depois do funeral, sem deixar vítimas ou causar danos
A aviação israelense respondeu com dois ataques aéreos ao centro e ao sul do enclave palestino.
Sharon, considerado um nacionalista inflexível ligado à desastrosa invasão do Líbano em 1982, quando era ministro da Defesa, surpreendeu como primeiro-ministro ao ordenar em 2005 a retirada israelense da Faixa de Gaza, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967).
Durante muito tempo foi considerado um pária político por sua responsabilidade pessoal indireta nos massacres de centenas de palestinos pelos falangistas cristãos libaneses, aliados de Israel, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, em 1982.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair lembrou Sharon como um indivíduo apaixonado por seu país. "Duro, mas tímido, indomável, mas um servo de seu povo", declarou Blair. "Foi um gigante em sua terra", sustentou.
O general Sharon, apelidado de "o buldôzer", "deixou em seu caminho danos consideráveis, mas seu objetivo e sua motivação sempre eram claros", acrescentou Blair, que atualmente é o emissário do Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.
Junto a Blair, que usava um quipá preto, assistia à cerimônia no Parlamento o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, atualmente de visita oficial.
O enterro de Sharon na fazenda de sua família respeitou um desejo do ex-primeiro-ministro, de repousar junto a sua segunda esposa, Lily.
Levando-se em conta a proximidade da fazenda com a Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas, o Exército, os serviços de segurança e a polícia enviaram reforços à zona e elevaram seu nível de alerta por medo de disparos de foguetes.
Cerca de 20.000 israelenses de todas as classes sociais passaram no domingo diante de seu caixão exposto em frente ao Parlamento. Muitos lembraram o carisma e a bravura do décimo primeiro chefe de Governo do Estado hebreu.