Mundo

Guerra: Líder do Hamas afirma que 1.200 membros das Brigadas al-Qassam entraram em Israel

Líder afirmou que o Hamas conseguiu assumir o quartel-general da Divisão de Gaza das FDI em menos de três horas, dizendo que até o Hamas ficou "surpreso"

Hamas (SOPA Images/Getty Images)

Hamas (SOPA Images/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de outubro de 2023 às 12h17.

Última atualização em 12 de outubro de 2023 às 12h22.

O vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou que 1.200 membros das Brigadas Al-Qassam do movimento terrorista entraram em Israel durante o ataque no último sábado,7. A informação é do portal "The Jerusalem Post".

“O plano militar das Brigadas al-Qassam era atingir a divisão de Gaza do exército de ocupação e combater apenas os soldados da ocupação, e tínhamos informações de que a ocupação estava a planear lançar um ataque contra nós após as férias hebraicas”, disse Arouri.

Arouri afirmou que o Hamas conseguiu assumir o quartel-general da Divisão de Gaza das FDI em menos de três horas, dizendo que até o Hamas ficou "surpreso".

Líder do Hamas repete afirmações de que terroristas não tinham como alvo civis

O líder do Hamas repetiu as afirmações de que o movimento não tinha como alvo civis, acusando Israel de ter como alvo civis e israelenses como parte de uma “Diretiva Aníbal”. A Diretiva Hannibal era um protocolo que determinava que os terroristas suspeitos de sequestrar israelenses fossem alvos mesmo correndo o risco de ferir os reféns. Em 2016, a IDF cancelou a diretiva.

O Hamas tem conduzido uma campanha nas redes sociais nos últimos dias, alegando que não teve como alvo civis no seu ataque e que as imagens e testemunhos publicados tanto por israelitas como por palestinianos são falsos. Mais de 800 das mais de 1.200 pessoas mortas no ataque do Hamas foram confirmadas como civis até a tarde de quinta-feira.

“Quando a Divisão Israelense de Gaza entrou em colapso, os civis de Gaza entraram e entraram em confronto com os colonos, e os civis caíram”, afirmou Arouri. Imagens da área capturadas no sábado mostraram indivíduos uniformizados das Brigadas Al-Qassam e de outros grupos terroristas na Faixa de Gaza participando do massacre e sequestro em massa no sul de Israel.

“O Hamas não pode prejudicar civis ou prisioneiros e agimos de acordo com as leis internacionais de guerra e de acordo com as instruções do comandante-em-chefe de al-Qassam, Abu Khaled al-Deif, para não prejudicar crianças e mulheres”, acrescentou. Arouri. Muitos dos civis detidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica Palestiniana em Gaza são mulheres e crianças.

"O Ocidente acusa-nos de cometer crimes contra a humanidade, mas ignora que a guerra contra nós se baseou em atingir civis, e os americanos falam de moralidade quando exterminaram um povo inteiro, estabeleceram um Estado nas suas terras e atacaram pessoas com armas nucleares. bombas", acrescentou Arouri.

O que é o Hamas, controlador da Faixa de Gaza 

Hamas é um acrônimo do que o grupo terrorista pretende ser, “um movimento de resistência islâmico”. Fundado em 1987, durante a primeira Intifada - ou revolta Palestina -, o grupo tem uma mista atuação entre organização política social e força armada.

Desde 2007, controla a região da Faixa de Gaza após vencer as eleições em 2006. Com o domínio, iniciou uma espécie de golpe de estado, expulsando políticos moderados da Faixa de Gaza. Nenhuma eleição foi realizada desde este ano.  

Muitos países ocidentais consideram o Hamas como uma organização terrorista. Caso dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido e os países-membros da União Europeia. China, Rússia e Brasil, assim como Noruega e Suíça, que buscam ocupar espaço de mediadores nas negociações, evitam a denominação. 

Politicamente, o grupo se mantém distante também do comando da Cisjordânia, outro enclave palestino no território tido como israelense. Na área, a liderança é do Al Fatah, grupo político que comanda a Autoridade Palestina, cujo presidente é o Mahmud Abbas.

Com uma bandeira de forte oposição à existência de Israel, uma postura que carrega desde a sua fundação, o grupo terrorista Hamas se mantém como o principal inimigo do país liderado por Benjamin Netanyahu. Nos últimos anos, os dois lados estiveram em confronto em 2008/2009, 2012 e 2014 e 2021.

Quem são os financiadores do Hamas

Para manter a sua atuação, tanto militar como social na região da Faixa de Gaza, o Hamas conta com o apoio de países da região. Segundo informações, o Catar é o principal financiador, ao lado de aliados estrangeiros. 

Conhecido por suas riquezas petrolíferas e minerais, o país da península arábica contribui pagando salários das organizações civis do Hamas, como escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos, de acordo com a publicação alemã DW.

No passado, outra importante base de suporte financeiro veio do Irã. Com as sanções econômicas que o país sofreu na última década, o fluxo de capital de diminuiu. Cerca de 25% do faturamento do grupo terrorista Hamas já teve como origem o país comandado pelo aiatolá Ali Khamenei

O Irã é ainda um forte apoiador político das práticas do Hamas. No sábado, Rahim Safavi, conselheiro de Khamenei, parabenizou o grupo e disse que o Irã estará ao lado dos palestinos "até a libertação de Jerusalém". 

Já o Catar pediu para que Israel e Hamas parem com a escalada do ataque, em comunicado. No texto, o governo catari responsabiliza Israel pelos ataques e cita “violações ao povo palestino”.

Acompanhe tudo sobre:HamasConflito árabe-israelenseIsraelGuerras

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia