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Israel cobra dados e pode banir Médicos Sem Fronteiras em Gaza

A instituição internacional é acusada por Israel de empregar dois integrantes da Jihad Islâmica e do Hamas

Atendimento no Médico Sem Fronteiras: a MSF é 1 de 37 organizações sob risco de banimento

Atendimento no Médico Sem Fronteiras: a MSF é 1 de 37 organizações sob risco de banimento

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 31 de dezembro de 2025 às 13h37.

Israel anunciou nesta quarta-feira, 31, que 37 organizações de ajuda humanitária serão proibidas de atuar na Faixa de Gaza a partir de 1º de janeiro, caso não entreguem ao governo informações detalhadas sobre seus funcionários palestinos — medida criticada pela ONU e pela União Europeia.

Entre as organizações sob risco de proibição estão a instituição internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), acusada por Israel de empregar dois integrantes da Jihad Islâmica e do Hamas.

Por que a proibição pode acontecer?

O porta-voz da pasta, Gilad Zwick, disse que as organizações se recusam a fornecer os nomes de seus funcionários palestinos porque “sabem, assim como nós, que alguns deles estão envolvidos em terrorismo ou vinculados ao Hamas”.

Ele afirmou que as 37 entidades ainda não atenderam às exigências, e que o prazo para envio dos dados termina à meia-noite desta quarta-feira. “Duvido muito que o que não fizeram durante dez meses vão fazer de repente”, disse.

Segundo o Ministério de Assuntos da Diáspora e do Combate ao Antissemitismo israelense, a medida “reforça e atualiza” a regulamentação que rege a atuação de ONGs internacionais em território palestino.

Qual a resposta?

Várias dessas entidades afirmaram à AFP que as novas normas terão um impacto significativo na distribuição de suprimentos em Gaza, onde, segundo as organizações humanitárias, a quantidade de ajuda que entra continua insuficiente.

O movimento islamista Hamas classificou a decisão como um “comportamento criminoso” que “constitui uma perigosa escalada e um desprezo flagrante pelo sistema humanitário”. Em comunicado, o grupo pediu à comunidade internacional — e às Nações Unidas em particular — que adotem “medidas urgentes e eficazes” para condenar a medida.

Nesta quarta-feira, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, chamou a decisão de “escandalosa” e pediu que Estados pressionem Israel a mudar de posição.

A União Europeia também advertiu que a medida pode bloquear a chegada de ajuda “vital” aos moradores de Gaza. “A lei de registro das ONGs não pode ser aplicada em sua forma atual”, escreveu a comissária europeia de Ajuda Humanitária, Hadja Lahbib.

Na terça-feira, ministros das Relações Exteriores de dez países já haviam instado Israel a “garantir o acesso” da ajuda à Faixa de Gaza. Embora o acordo de cessar-fogo que começou em 10 de outubro previsse a entrada de 600 caminhões por dia, apenas entre 100 e 300 transportam ajuda humanitária, segundo as ONGs e as Nações Unidas.

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