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Israel bombardeia Gaza e Líbano após Egito anunciar proposta de trégua

No domingo, o presidente do Egito, país que atua como um dos mediadores entre Israel e Hamas, propôs "dois dias de cessar-fogo"

Fumaça provocada por bombardeio israelense em Nabatieh, sul do Líbano, em 28 de outubro de 2024 (AFP)

Fumaça provocada por bombardeio israelense em Nabatieh, sul do Líbano, em 28 de outubro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 10h02.

Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 12h58.

Israel bombardeou, nesta segunda-feira, 28, o Líbano e a Faixa de Gaza, locais em que as tropas do país lutam contra os movimentos islamistas Hamas e Hezbollah, depois que o presidente do Egito, Abdel Fatah al Sisi, anunciou uma proposta de trégua de dois dias no território palestino.

Em um contexto de elevada tensão regional, o comandante da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, general Hossein Salami, elevou o tom e ameaçou Israel com "consequências amargas inimagináveis" após os bombardeios de sábado contra instalações militares da República Islâmica.

"Utilizamos todos os meios disponíveis para responder de maneira firme e eficaz à agressão do regime sionista", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei.

Ao menos quatro soldados morreram nos bombardeios israelenses, segundo o Exército. A imprensa iraniana informou nesta segunda-feira que o ataque também matou um civil.

A pedido do Irã, que apoia o Hezbollah e o Hamas contra Israel, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira em caráter de emergência, às 19H00 GMT (16H00 Brasília), para examinar o cenário no Oriente Médio.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. No dia seguinte, e em apoio ao Hamas, seu aliado, o movimento libanês Hezbollah abriu uma frente contra Israel, que virou uma guerra aberta em setembro.

O Exército israelense anunciou que matou "dezenas de terroristas" em Jabaliya, norte de Gaza, onde iniciou uma ofensiva em 6 de outubro para, afirma, impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas.

As equipes de emergência do território afirmam que os bombardeios continuam no centro e no norte de Gaza, onde um drone israelense matou três pessoas.

Reféns em troca de prisioneiros

No domingo, o presidente do Egito, país que atua como um dos mediadores entre Israel e Hamas, propôs no Cairo "dois dias de cessar-fogo", período em que "quatro reféns seriam trocados por alguns presos" que estão nas penitenciárias de Israel.

Ele não informou se o plano foi apresentado ao Hamas ou a Israel, mas afirmou que a trégua precederia "negociações que acontecerão dentro de 10 dias" para garantir "um cessar-fogo completo e a entrada de ajuda" na Faixa de Gaza, cujos habitantes são vítimas de uma catástrofe humanitária.

Segundo a imprensa israelense, David Barnea, diretor do Mossad, agência de inteligência do país, chegou ao Catar para participar em uma rodada de negociações com o diretor da CIA, Bill Burns, e mediadores do cataris sobre um cessar-fogo no território palestino.

No ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, 1.206 pessoas, a maioria civis, morreram pelas mãos de milicianos islamistas, que também capturaram 251 reféns, de acordo com um balanço feito com base em dados oficiais israelenses que inclui os reféns mortos em cativeiro.

Das pessoas sequestradas naquele dia, 97 ainda permanecem em cativeiro em Gaza, mas 34 delas foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que já deixou 43.020 mortos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Sete mortos em Tiro

Depois de provocar o enfraquecimento do Hamas em Gaza, Israel deslocou a maior parte de suas operações para o Líbano. Em 23 de setembro, o Exército iniciou uma campanha aérea contra os redutos do Hezbollah, e uma semana depois iniciou uma ofensiva terrestre que, até o momento, provocou as mortes de 37 soldados.

O objetivo, segundo as autoridades israelenses, é permitir o retorno ao norte do país de quase 60 mil deslocados pelos lançamentos de foguetes do Hezbollah.

Nesta segunda-feira, um bombardeio israelense matou sete pessoas na cidade costeira de Tiro, sul do Líbano, segundo as autoridades.

O movimento libanês afirmou que atacou as tropas israelenses com foguetes e artilharia no 'Portão de Fátima', uma antiga passagem de fronteira, atualmente fechada, no sul do país.

Horas depois, o grupo xiita anunciou que lançou foguetes contra soldados israelenses perto de Wazzani, no sul do país.

No norte de Israel, as sirenes de alarme de foguetes foram acionadas diversas vezes.

Desde 23 de setembro, ao menos 1.620 pessoas morreram no Líbano, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Na sexta-feira, os bombardeios israelenses mataram três jornalistas em Hasbaya, no sul do país. O Ministério das Relações Exteriores do Líbano informou que apresentou uma denúncia ao Conselho de Segurança da ONU devido aos ataques.

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