Agência de notícias
Publicado em 14 de abril de 2024 às 08h32.
Após ser alvo de mais de 200 drones e mísseis do Irã, interceptados em sua "grande maioria" sem graves consequências, Israel prometeu resposta aos ataques iranianos sofridos neste sábado. A ação de Teerã foi uma retaliação à agressão atribuída a Israel contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco no início do mês, causando a morte de membros da Guarda Revolucionária, força de elite iraniana.
Segundo a emissora israelense Channel 12, o Gabinete de segurança de Israel autorizou o Gabinete de guerra a tomar decisões em resposta ao ataque do Irã, eliminando a necessidade de aprovação prévia e agilizando o processo.
"O regime no Irã enviou um grande enxame de mais de 200 drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro," disse o porta-voz das Forças Armas de Israel, Daniel Hagari, em um comunicado, acrescentando que apenas uma pessoa, uma menina de 10 anos, ficou ferida no ataque.
Em um comunicado separado, o Exército israelense afirmou que "dezenas de lançamentos de mísseis de superfície para superfície" foram identificados se aproximando do território israelense, sendo a maioria interceptada antes de cruzar para Israel. Dezenas de caças israelenses estão atualmente em operação para interceptar "todas as ameaças aéreas" se aproximando de Israel, acrescentou o comunicado.
Sirenes de ataque aéreo soaram em vastas áreas do Sul de Israel, na Cisjordânia e nas Colinas de Golã. O governo também enviou alertas sobre possíveis mísseis chegando ao Deserto de Negev, onde uma das diversas bases militares na região foi atingida "sem danos maiores", disse o porta-voz.
Paralelamente, o Hezbollah libanês e os rebeldes houthis do Iêmen, ambos aliados de Teerã, realizaram seus próprios ataques contra Israel, numa ação aparentemente coordenada do chamado Eixo da Resistência. O primeiro disparou foguetes contra as Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e os últimos lançaram drones em direção ao território israelense.
O ataque semeou o pânico nas ruas de Israel, há mais de seis meses em guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
"Como vocês podem ver, está tudo vazio, todos estão correndo para casa", declarou à AFP Eliyahu Barakat, um comerciante e 49 anos do bairro de Mamilla, em Jerusalém.
Mais cedo, em paralelo aos primeiros sinais dos ataques, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse enfaticamente que Israel está preparada para "qualquer cenário, tanto na defesa quanto no ataque". "Estabeleci um princípio claro: quem nos ferir, nós os feriremos. Defenderemos contra qualquer ameaça e faremos isso com calma e determinação", disse em mensagem gravada à nação.