Irá diz que sofre com interpretações erradas de casos polêmicos
Porta-voz do governo disse que casos como o de Sakineh e do programa nuclear criam interpretações erradas no exterior e geram inimizafes com o país
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 12h28.
Brasília - O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou hoje (20) que a imagem negativa do país no exterior é “alimentada” por interpretações “sem fundamentos” sobre casos, como o da viúva Sakineh Ashtiani - de 43 anos, condenada à morte por infidelidade e cumplicidade na morte do marido. Mehmanparast também citou como exemplo a questão do programa nuclear iraniano que desperta desconfianças na comunidade internacional.
Segundo ele, essas reações criam “inimizade e desconfiança” em relação aos iranianos. “Alguns países ocidentais alimentam atualmente chamas da inimizade e desconfiança conspirando contra a nação iraniana, [algo] completamente sem fundamentos, por causa de casos, como o de Sakineh Ashtiani”, disse o porta-voz.
As informações são da agência oficial de notícias do Irã, a Irna. Recentemente, houve uma informação de que a sentença de morte de Sakineh foi revertida para pena de prisão por dez anos. Mas as autoridades jurídicas do Irã negaram a informações, acrescentado que o processo da viúva ainda aguarda julgamento.
Neste mesmo período, a presidente Dilma Rousseff se manifestou sobre o caso de Sakineh, depois de receber uma carta enviada pela deputada iraniana Zohreh Elahian. A presidente não mencionou o andamento do processo da viúva, mas reiterou sua defesa pelo respeito e preservação dos direitos humanos.
Em relação ao programa nuclear do Irã, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a busca pelo diálogo e o fim das sanções. Mas a comunidade internacional, em junho de 2010, aprovou sanções aos iranianos por desconfiar de irregularidades no programa desenvolvido por eles.
O porta-voz do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reiterou que o programa nuclear do país é legal e respeita as normas internacionais. Segundo ele, não há projetos com fins militares, descartando a produção de armas atômicas. "[O programa] não tem um objetivo militar. Nossas atividades inteiras são exercidas sob a supervisão de inspetores da agência [Agência Internacional de Energia Atômica]”, disse.
Para Mehmanparast, as críticas ao Irã ocorrem porque o país exerce influência sobre várias nações muçulmanas. "A República Islâmica do Irã é um dos países mais influentes na sua política externa regional e internacional. Mas isso não gera sinais sobre o fim das inimizades no mundo ocidental."