Irã aumentou sua capacidade de enriquecer urânio em 2010
Federação de Cientistas Americanos (FAS) aconselha as potências ocidentais a não baixarem a guarda perante as atividades do Irã
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 18h33.
Washington - O Irã seguiu aumentando sua capacidade de enriquecer urânio em 2010, aproximando-se da possibilidade de fabricar uma bomba atômica, segundo um estudo científico consultado nesta sexta-feira pela AFP.
Nele, a Federação de Cientistas Americanos (FAS) aconselha as potências ocidentais a não baixarem a guarda perante as atividades do Irã, quando Estados Unidos e Israel estimaram recentemente que as sanções internacionais sobre o programa nuclear iraniano haviam diminuído.
A FAS afirma que as centrífugas - utilizadas para enriquecer urânio - nas instalações iranianas de Natanz aumentaram sua eficácia em 2010.
"Apesar de uma queda do número de centrífugas, a capacidade de enriquecimento do maior laboratório iraniano aumentou em relação aos anos anteriores", diz o relatório.
"É evidente que o Irã não para em seus esforços nucleares. Pelo contrário, (...) parece mais eficaz em seu enriquecimento", enfatiza.
Os autores do estudo basearam seus cálculos nos dados divulgados pela Organização Internacional da Energia Atômica (OIEA), organismo que investiga há quase oito anos se o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos, como afirma Teerã.
Ivanka Barzashka, principal autora do estudo, estima que o Irã precisa atualmente entre cinco meses e um ano para obter a quantidade necessária de urânio altamente enriquecido para fabricar uma bomba.
A publicação do estudo coincide com a rejeição do Irã às grandes potências - com as quais se reuniu nesta sexta-feira, em Istambul - de negociar uma suspensão de suas atividades de enriquecimento de urânio.
"Não deixaremos que as discussões tratem da questão de nossos direitos fundamentais, como o enriquecimento" de urânio, declarou no encontro Abolfazl Zohrevand, adjunto do líder dos negociadores iranianos.