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Ipea: gerar renda sem consumir mais energia é desafio do Brasil

Segundo a entidade, setores que apresentam demanda crescente, como o da indústria de transformação metalúrgica, precisam de políticas de eficiência energética

Eficiência energética: solução para reduzir custos de produção e impacto ambiental. (EXAME)

Vanessa Barbosa

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 19h05.

São Paulo - À medida que o Brasil caminha para padrões de desenvolvimento econômico de países industrializados, também cresce seu apetite por energia. Projeções oficias apontam, para os próximos anos, um aumento considerável na dependência de combustíveis fósseis, fontes emissoras de gases efeito estufa (GEEs), a fim de atender o crescimento nacional.

Dados do Ministério de Minas e Energia mostram que, mesmo com a busca por maior eficiência energética, o atendimento a todos os setores da sociedade, em cenário de crescimento médio do produto interno bruto, implicará aumento de 105 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) no país, saindo dos atuais 251 milhões de tep para 35 milhões de tep em 2030.

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De acordo com um estudo sobre energia e meio ambiente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgado nesta terça (15), para minimizar os impactos no meio ambiente, o Brasil tem um novo desafio: gerar renda e estabilizar seu consumo energético.

O foco na eficiência energética por setor de produção e de consumo, junto com o planejamento energético de longo prazo, é a estratégia mais adequada para conciliar o crescimento nacional e preservação ambiental, afirma a entidade. Segundo o relatório Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, Economia e Bem-Estar Humano, o país tem potencial para efetivar um modelo energético ainda menos intenso em emissões GEEs e de poluentes atmosféricos e garantir ganhos econômicos.

Setores industriais

A extração mineral e as indústrias de transformações são uma das cinco atividades que mais consomem energia na indústria. Ao lado de papel e celulose, química e alimentos e bebidas, elas respondem por 85% de toda a demanda energética do setor. Não para aí. De acordo com o relatório, setores como ferro gusa e aço devem aumentar seu consumo em 40% até 2017.

Segundo o IPEA, para otimizar a produção industrial, sem elevar os custos com luz , nem agredir o meio ambiente, as indústrias nacionais, responsáveis por 35% do conumo nacional de energia, devem investir em programas de eficiência energética. A entidade defende, como solução, foco em inovação tecnológica e sistemas mais modernos, com menor consumo de enegia.

Em entrevista coletiva, em Brasília, com transmissão online, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Gesmar Rosa Santos disse que as empresas do setor precisam internalizar custos ambientais na produção. "O mais indicado é economizar energia através de equipamentos novos e mais eficientes do que simplesmente comprar energia nova para abastecer o processo industrial", afirmou.

Um estudo em parceria com a Eletrobras e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), citado pelo relatório, mostra que quando se adota a conservação, em lugar da simples adição de energia nova, a economia pode chegar a 43% do custo de adição de 1kWH.

Acompanhe tudo sobre:Preservação ambientalTecnologias limpas

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