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Inspetores chegam à Síria para destruir armas químicas

Os inspetores encarregados de destruir o arsenal químico da Síria chegaram à Síria para uma operação histórica

Comboio da ONU com inspetores de armas químicas, na Síria: objetivo é eliminar, em plena guerra, um armamento ilegal calculado em mil toneladas (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 14h34.

Damasco - Os inspetores encarregados de destruir o arsenal químico da Síria chegaram nesta terça-feira ao país para uma operação histórica bastante arriscada: eliminar, em plena guerra, um armamento ilegal calculado em mil toneladas.

Os 20 inspetores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) cruzaram a fronteira pela passagem fronteiriça de Masnaa, procedentes do Líbano, comprovou a AFP.

A equipe está encarregada de promover a aplicação da resolução da ONU sobre a destruição do arsenal químico sírio, uma missão muito ambiciosa e perigosa.

Já foram realizadas outras ações como essa em Iraque e na Líbia, mas nunca em plena guerra, e muito menos em uma situação tão complexa como a da Síria, onde ao menos 115.206 pessoas perderam a vida desde março de 2011, reportou nesta terça-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

E os combates não dão trégua. Nesta terça-feira, ao menos 20 combatentes rebeldes, entre eles vários jihadistas da Frente al-Nusra, morreram em um bombardeio do regime, que tenta abrir um corredor de fornecimento militar entre o centro do país e Aleppo (norte), indicou o OSDH, com sede no Reino Unido.

Segundo especialistas em desarmamento, a Síria possui mais de 1.000 toneladas de armas químicas, entre elas 300 toneladas de gás mostarda e sarin, distribuídas em 45 locais diferentes.

Os inspetores da OPAQ chegaram ao país um dia após a partida dos especialistas da ONU, que investigaram sete supostos casos de utilização de armas químicas denunciados pelo regime ou pela oposição. Eles entregarão seu relatório no fim de outubro.


Há alguns dias estes especialistas confirmaram o uso de armas químicas em um ataque ocorrido no dia 21 de agosto perto de Damasco, que levou alguns países, sobretudo os Estados Unidos, a contemplar a possibilidade de uma ação militar como punição.

Para evitar esta operação, russos e americanos alcançaram um acordo que impõe o desmantelamento das armas químicas no país antes de meados de 2014.

No dia 19 de setembro, as autoridades sírias forneceram uma lista dos locais de fabricação e armazenamento de armas químicas, que devem ser inspecionados em um prazo de 30 dias.

"Até o momento não temos nenhum motivo para duvidar da informação fornecida pelo regime sírio", declarou um funcionário da OPAQ.

O prazo parece muito curto se for comparado a outros casos. A Líbia, por exemplo segue sem ter concluído o processo de desmantelamento de seu arsenal dez anos depois de anunciar sua intenção de fazê-lo.

A uma pergunta da rede italiana Rai News 24, Assad afirmou que "é claro, respeitarão" a resolução da ONU.

Esta resolução também pede a realização o quanto antes de uma conferência internacional em Genebra para encontrar uma solução política.

Assad afirmou que não quer que a Europa desempenhe nenhum papel na conferência, chamada de Genebra 2, "porque não possui os recursos para ter êxito".

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou, no entanto, ter conseguido que China, França e Reino Unido se somem à iniciativa russo-americana.


A lista de participantes sírios também gera problemas. O chefe da oposição, Ahmad Jarba, afirmou no sábado que a Coalizão Nacional Síria estava disposta a enviar uma delegação.

Mas Assad, referindo-se à coalizão, disse que "não se pode falar com organizações vinculadas à Al-Qaeda (nem) negociar com gente que pede uma intervenção militar na Síria".

No entanto, a Rússia declarou nesta terça-feira que o regime sírio pode iniciar uma negociação com os mais moderados da oposição armada em uma conferência internacional.

"Não descarto que a oposição armada, se não se pronunciar a favor dos extremistas e não tiver visões terroristas, possa estar muito bem representada" em Genebra 2, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. "É algo que o presidente Assad também disse", segundo ele.

Além das intrigas políticas, há o drama dos refugiados.

Dezessete países, entre eles México, aceitaram abrir suas fronteiras aos sírios que buscam um novo futuro, anunciou nesta terça-feira o Alto Comissário da ONU para os refugiados, Antonio Guterres.

A guerra na Síria provocou o exílio de milhares de pessoas.

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Damasco - Os inspetores encarregados de destruir o arsenal químico da Síria chegaram nesta terça-feira ao país para uma operação histórica bastante arriscada: eliminar, em plena guerra, um armamento ilegal calculado em mil toneladas.

Os 20 inspetores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) cruzaram a fronteira pela passagem fronteiriça de Masnaa, procedentes do Líbano, comprovou a AFP.

A equipe está encarregada de promover a aplicação da resolução da ONU sobre a destruição do arsenal químico sírio, uma missão muito ambiciosa e perigosa.

Já foram realizadas outras ações como essa em Iraque e na Líbia, mas nunca em plena guerra, e muito menos em uma situação tão complexa como a da Síria, onde ao menos 115.206 pessoas perderam a vida desde março de 2011, reportou nesta terça-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

E os combates não dão trégua. Nesta terça-feira, ao menos 20 combatentes rebeldes, entre eles vários jihadistas da Frente al-Nusra, morreram em um bombardeio do regime, que tenta abrir um corredor de fornecimento militar entre o centro do país e Aleppo (norte), indicou o OSDH, com sede no Reino Unido.

Segundo especialistas em desarmamento, a Síria possui mais de 1.000 toneladas de armas químicas, entre elas 300 toneladas de gás mostarda e sarin, distribuídas em 45 locais diferentes.

Os inspetores da OPAQ chegaram ao país um dia após a partida dos especialistas da ONU, que investigaram sete supostos casos de utilização de armas químicas denunciados pelo regime ou pela oposição. Eles entregarão seu relatório no fim de outubro.


Há alguns dias estes especialistas confirmaram o uso de armas químicas em um ataque ocorrido no dia 21 de agosto perto de Damasco, que levou alguns países, sobretudo os Estados Unidos, a contemplar a possibilidade de uma ação militar como punição.

Para evitar esta operação, russos e americanos alcançaram um acordo que impõe o desmantelamento das armas químicas no país antes de meados de 2014.

No dia 19 de setembro, as autoridades sírias forneceram uma lista dos locais de fabricação e armazenamento de armas químicas, que devem ser inspecionados em um prazo de 30 dias.

"Até o momento não temos nenhum motivo para duvidar da informação fornecida pelo regime sírio", declarou um funcionário da OPAQ.

O prazo parece muito curto se for comparado a outros casos. A Líbia, por exemplo segue sem ter concluído o processo de desmantelamento de seu arsenal dez anos depois de anunciar sua intenção de fazê-lo.

A uma pergunta da rede italiana Rai News 24, Assad afirmou que "é claro, respeitarão" a resolução da ONU.

Esta resolução também pede a realização o quanto antes de uma conferência internacional em Genebra para encontrar uma solução política.

Assad afirmou que não quer que a Europa desempenhe nenhum papel na conferência, chamada de Genebra 2, "porque não possui os recursos para ter êxito".

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou, no entanto, ter conseguido que China, França e Reino Unido se somem à iniciativa russo-americana.


A lista de participantes sírios também gera problemas. O chefe da oposição, Ahmad Jarba, afirmou no sábado que a Coalizão Nacional Síria estava disposta a enviar uma delegação.

Mas Assad, referindo-se à coalizão, disse que "não se pode falar com organizações vinculadas à Al-Qaeda (nem) negociar com gente que pede uma intervenção militar na Síria".

No entanto, a Rússia declarou nesta terça-feira que o regime sírio pode iniciar uma negociação com os mais moderados da oposição armada em uma conferência internacional.

"Não descarto que a oposição armada, se não se pronunciar a favor dos extremistas e não tiver visões terroristas, possa estar muito bem representada" em Genebra 2, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. "É algo que o presidente Assad também disse", segundo ele.

Além das intrigas políticas, há o drama dos refugiados.

Dezessete países, entre eles México, aceitaram abrir suas fronteiras aos sírios que buscam um novo futuro, anunciou nesta terça-feira o Alto Comissário da ONU para os refugiados, Antonio Guterres.

A guerra na Síria provocou o exílio de milhares de pessoas.

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