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Hungria bloqueia ajuda europeia de 50 bilhões de euros à Ucrânia; entenda

O novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia, oferecido pela UE, planeja fornecer 50 bilhões de euros (55 bilhões de dólares, 270 bilhões de reais) ao logo de quatro anos a partir de 2024

Orbán exigiu "a totalidade dos fundos europeus", dos quais bilhões de euros estão bloqueados pela União Europeia (UE), antes de considerar a possibilidade de retirar seu veto ao envio de uma nova ajuda para a Ucrânia (MIGUEL MEDINA/AFP)

Orbán exigiu "a totalidade dos fundos europeus", dos quais bilhões de euros estão bloqueados pela União Europeia (UE), antes de considerar a possibilidade de retirar seu veto ao envio de uma nova ajuda para a Ucrânia (MIGUEL MEDINA/AFP)

Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 08h35.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, bloqueou nesta sexta-feira, 15, uma ajuda à Ucrânia de 50 bilhões de euros (269 bilhões de reais), depois que os governantes da União Europeia (UE) contornaram a sua recusa a iniciar conversas para a adesão de Kiev ao bloco.

Esta não é a primeira vez que a Hungria bloqueia recursos financeiros enviados à Ucrânia, desde o início da guerra com a Rússia. Em dezembro de 2022, o país votou contra a assistência econômica ao país comandado por Volodymyr Zelensky de U$ 18 milhões. À época, o governo do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, impediu, por enquanto, os esforços para garantir o empréstimo por meio da emissão de dívida comum da UE.

O novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia, oferecido pela UE, planeja fornecer 50 bilhões de euros (55 bilhões de dólares, 270 bilhões de reais) ao logo de quatro anos a partir de 2024. Vale dizer que a Hungria foi a única nação a manifestar oposição, conforme apontou o primeiro-ministro holandês Mark Rutte.

“Resumo do turno da noite: veto ao dinheiro adicional à Ucrânia, veto à revisão do orçamento plurianual europeu. Retomaremos o assunto no ano que vem, após os devidos preparativos”, publicou Orbán nas redes sociais.

Liberação de fundos da UE

 Orbán exigiu "a totalidade dos fundos europeus", dos quais bilhões de euros estão bloqueados pela União Europeia (UE), antes de considerar a possibilidade de retirar seu veto ao envio de uma nova ajuda para a Ucrânia.

"Sempre disse que se alguém quiser apresentar uma emenda ao orçamento da UE (...) a Hungria aproveitaria a ocasião para reivindicar claramente o que merece. Não a metade, não um quarto, e sim a totalidade", declarou o chefe de Governo nacionalista em uma entrevista à rádio estatal.

Os líderes da UE, reunidos em Bruxelas na quinta-feira à noite, não conseguiram convencer a Hungria a retirar o veto à ajuda para a Ucrânia. Kiev considera a nova ajuda crucial, no momento em que o financiamento dos Estados Unidos, de mais de 60 bilhões de dólares, continua bloqueado no Congresso.

"Queremos ser tratados de forma justa e agora temos uma boa oportunidade para defender o nosso ponto de vista", disse Orban.

Por que a Hungria não quer ajudar a Ucrânia?

Há anos, Viktor Orbán é um dos principais aliados do Kremlin dentro da União Europeia. Em publicação no X (antigo Twitter), o chefe de estado declarou que "A posição da Hungria é clara; a Ucrânia não está preparada para iniciar negociações sobre a adesão à UE”. Ele acrescentou, ainda, que "por outro lado, 26 outros países insistiram que a decisão fosse tomada. Portanto, a Hungria decidiu que, se os 26 decidirem fazê-lo, eles devem seguir seu próprio caminho. A Hungria não quer compartilhar essa má decisão.”

No começo desta semana, Orbán declarou que, para que a ajuda financeira fosse "liberada" e a Ucrânia ingressasse na União Europeia, o país precisaria atender a no mínimo três exigências de uma lista de condições necessárias para que as negociações de adesão ao bloco prosseguissem. Ele chegou a dizer que a decisão era "completamente insensata, irracional e incorreta”.

(Com informações da AFP e Estadão Conteúdo)

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