Benjamim Netanyahu: premiê de Israel durante conversa com militares (X/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 14 de outubro de 2023 às 21h17.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu com soldados na fronteira de Gaza, neste sábado, 14, e disse que as forças israelenses estavam "todas prontas", em meio à expectativa de início de um ataque terrestre na região controlada pelo Hamas. Apesar disso, até a noite deste sábado, não está claro quando a invasão de Gaza ocorrerá de fato.
O jornal The Jerusalem Post noticiou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que estão prontas para "as próximas fases da guerra", que incluirá ataques coordenados por ar, mar e terra.
A declaração da FDI ocorreu no sábado à noite, no horário local. "Batalhões e soldados das FDI estão destacados em todo o país e estão prontos para aumentar a sua prontidão para as próximas fases da guerra, com forte ênfase em operações terrestres significativas", disse a FDI.
Segundo o jornal The New York Times, o mau tempo na região, com grande quantidade de nuvens, levou os comandantes a adiar a invasão, pois isso dificultaria o uso de drones e de aviões de combate.
O prazo dado por Israel para que habitantes de Gaza se movessem do Norte para o Sul, para proteger vidas civis durante a invasão terrestre, se esgotou às 16h deste sábado, no horário local (10h no horário de Brasília).
Inicialmente, Israel havia dado 24 horas para o deslocamento interno dos palestinos, prazo que se encerrou na noite de sexta. Com imagens de palestinos enfrentando filas e dificuldades para migrar para o Sul, o prazo foi estendido por Israel até a tarde deste sábado.
O ministro da defesa de Israel impôs um "cerco completo" a Gaza em resposta ao ataque terrorista do Hamas no último sábado, que matou mais de 1,3 mil pessoas. Ele disse que isso impediria a entrada de eletricidade, alimentos, água e combustível no território, que já está sob um bloqueio de 16 anos imposto por Israel e apoiado pelo Egito.
Os militares israelitas redobraram neste sábado os seus apelos para que toda a população de 1,1 milhão de pessoas no norte de Gaza se deslocasse para sul, dentro do território palestino, antes de um ataque terrestre previsto, apesar dos avisos da Organização das Nações Unidas (ONU) de que o deslocamento só iria piorar a crise humanitária na Faixa de Gaza.
Um porta-voz militar israelita reconheceu que tal movimento de massa levaria tempo, mas afirmou que "eles têm de começar a mover-se", apelando ao grupo terrorista Hamas para permitir e facilitar a evacuação.
Centenas de milhares de pessoas foram desalojadas apenas nas últimas 12 horas, disse a agência da ONU que ajuda os palestinos na tarde de sábado, ao advertir que o acesso ao abastecimento de água em Gaza era agora "uma questão de vida ou morte".