Roma - O governo italiano ordenou nesta terça-feira a dissolução da câmara municipal e do prefeito da cidade de Reggio Calabria, Demetrio Arena, por suspeitas de "proximidade" com a máfia local, a Ndrangheta, na primeira vez que uma medida deste tipo é adotada em uma capital provincial italiana.

A ministra do Interior, Annamaria Cancellieri, anunciou em entrevista coletiva a medida aprovada hoje pelo Conselho de Ministros, e detalhou que a intervenção será para o bem da cidade e de modo preventivo porque, por enquanto, não há provas do envolvimento da máfia.

"É a primeira vez na história da Itália que se dissolve a câmara municipal de uma capital de província", disse Annamaria em um pronunciamento transmitida ao vivo pela televisão.

A ministra explicou que o município será governado nos próximos 18 meses por três comissários, entre eles o delegado de governo da província vizinha de Crotona, Vincenzo Panico.

A medida foi tomada após o relatório de uma comissão que investigou a suposta infiltração da máfia na câmara da cidade.

O relatório destacou a necessidade de investigar uma empresa de participação municipal e o caso de Giuseppe Plutino, ex-conselheiro do partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, por suposta colaboração com a máfia.

Desde maio do ano passado, Reggio Calabria, no extremo sudoeste da região da Calábria, com uma população de quase 180 mil habitantes, tinha como prefeito Demetrio Arena, do partido conservador Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi.