Mundo

Governo interino de Bangladesh expressa preocupação com ataques a minorias religiosas

Muhammad Yunus ordenou que seja fornecido apoio às famílias dos manifestantes mortos durante as semanas de protestos que levaram à renúncia da primeira-ministra

Nobel laureate Muhammad Yunus prepares to address a press conference upon his arrival at the Hazrat Shahjalal International Airport in Dhaka on August 8, 2024. Nobel Peace Prize winner Muhammad Yunus returned to Bangladesh August 8 to lead a caretaker government after a student-led uprising ended the 15-year rule of Sheikh Hasina. (Photo by MUNIR UZ ZAMAN / AFP)

Nobel laureate Muhammad Yunus prepares to address a press conference upon his arrival at the Hazrat Shahjalal International Airport in Dhaka on August 8, 2024. Nobel Peace Prize winner Muhammad Yunus returned to Bangladesh August 8 to lead a caretaker government after a student-led uprising ended the 15-year rule of Sheikh Hasina. (Photo by MUNIR UZ ZAMAN / AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de agosto de 2024 às 15h50.

Tudo sobreBangladesh
Saiba mais

O novo governo interino de Bangladesh, presidido pelo ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, expressou "grande preocupação" neste domingo, 11, após relatos de ataques a minorias religiosas nas últimas semanas. Yunus assumiu a liderança interina do governo na quinta-feira, dias depois da renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina, após semanas de protestos estudantis violentamente reprimidos.

Desde a fuga de Hasina para o exterior, na segunda-feira, que pôs fim a 15 anos de um governo autocrático, houve inúmeros relatos de violência contra casas, templos e empresas pertencentes à comunidade hindu. Considera-se que esta minoria religiosa, a maior neste país de 170 milhões de habitantes – de maioria muçulmana – apoia plenamente a Liga Awami, partido de Hasina.

"Os ataques a minorias religiosas em alguns lugares foram constatados com profunda preocupação", declarou o governo interino em sua primeira declaração oficial, acrescentando que os seus membros se reuniriam para "encontrar formas de pôr fim a estes ataques de ódio". O texto publicado neste domingo inclui outras prioridades urgentes.

Apoio às famílias de manifestantes mortos

O governo ordenou que seja fornecido apoio às famílias dos manifestantes mortos durante as semanas de protestos que levaram à renúncia da primeira-ministra. Além disso, os fundos públicos serão usados para pagar o atendimento dos feridos durante os distúrbios, que começaram no início de julho e deixaram mais de 450 mortos.

O novo presidente do Supremo Tribunal, Syed Refaat Ahmed, tomou posse após a renúncia, no sábado, de Obaidul Hasan, um aliado de Hasina. O chefe da polícia foi destituído e o governo também anunciou que nomearia em breve um novo governador do banco central para substituir o anterior, leal a Hasina.

As manifestações que derrubaram a ex-líder de 76 anos começaram com protestos estudantis contra um sistema de cotas na atribuição de cargos públicos, que segundo seus críticos beneficiava grupos leais à Liga Awami.

Yunus, um economista de 84 anos apelidado de "banqueiro dos pobres", disse que trabalharia para que "eleições livres e justas sejam realizadas nos próximos meses".

Acompanhe tudo sobre:BangladeshMuhammad Yunus

Mais de Mundo

Na Argentina, preços elevados afligem a classe média – e até os turistas

Tripulação da primeira caminhada espacial privada da história retorna à Terra

Colisão de trens deixa ao menos 5 mortos e 30 feridos no Egito

Áustria declara estado de zona catastrófica em várias regiões por tempestade