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Governo afegão realiza primeiro encontro oficial com talibãs

Porta-voz afegão destacou que "não houve conversas similares no passado"

Soldados afegãos na área do aeroporto de Cabul: porta-voz afegão destacou que "não houve conversas similares no passado" (Wakil Kohsar/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 10h04.

Cabul - O governo do Afeganistão realizou nesta quarta-feira "o primeiro encontro oficial" entre uma delegação formada por autoridades afegãs e os talibãs no Paquistão, o que servirá como preâmbulo para o início das "negociações de paz".

"Este é o primeiro encontro oficial e tête-à-tête entre delegações autorizadas dos talibãs e membros do Alto Conselho de Paz enviado pelo governo", afirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afegão, Ahmad Shakib Mustaghni.

O porta-voz, que destacou que "não houve conversas similares no passado", mostrou seu desejo que esta reunião "abra o caminho para as futuras conversas de paz e termine com a guerra e o derramamento de sangue no Afeganistão".

A reunião entre os representantes dos dois grupos na cidade paquistanesa de Murree, a cerca de 60 quilômetros da capital Islamabad, começou na tarde de ontem e se prolongou até a madrugada, segundo informaram fontes oficiais do Paquistão.

O Ministério das Relações Exteriores afegão ressaltou em comunicado que "respeita e apoia as decisões tomadas" no Paquistão durante o "primeiro início oficial de conversas de paz" com os talibãs.

Na nota, o governo afegão agradeceu o Paquistão por sua "liderança" na hora de facilitar o encontro entre as duas delegações, além de China e Estados Unidos por sua "cooperação".

Representantes do Paquistão, China e Estados Unidos estiveram presentes durante as conversas, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores paquistanês em comunicado.

Um membro do Alto Conselho de Paz afegão, Muhamad Amin Wiqad, ressaltou à Efe a "grande conquista" representada por este encontro depois dos esforços "infrutíferos" durante os últimos 13 anos "para levar os talibãs à mesa de negociação".

"Toda guerra neste mundo tem um final e espero que esta guerra contra os talibãs termine o mais rápido possível", comentou Wiqad.

O próximo encontro entre as delegações deve acontecer ao final do mês sagrado muçulmano do Ramadã.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, antecipou ontem em sua conta no Twitter a viagem de uma delegação do Alto Conselho de Paz do Afeganistão "para negociar com os talibãs".

Embora esta seja a primeira vez que o governo afegão confirma sua participação em negociações de paz, membros do Alto Conselho de Paz reconheceram ter se reunido de maneira "informal" com os insurgentes no emirado do Catar no início de maio.

Nessa reunião, os talibãs reivindicaram uma revisão da Constituição, a abertura de um escritório insurgente e a saída das tropas estrangeiras do país como condições para iniciar um diálogo que permita pôr fim ao conflito afegão.

O Alto Conselho de Paz assegurou então que tinha começado a negociar com a ONU para que elimine de sua lista negra os talibãs que participem do processo de paz, uma das condições.

Em 2013, uma iniciativa de diálogo impulsionada pelos Estados Unidos no Catar entre o governo afegão do então presidente Hamid Karzai e os talibãs fracassou depois que os insurgentes abriram uma delegação oficial no país árabe.

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Cabul - O governo do Afeganistão realizou nesta quarta-feira "o primeiro encontro oficial" entre uma delegação formada por autoridades afegãs e os talibãs no Paquistão, o que servirá como preâmbulo para o início das "negociações de paz".

"Este é o primeiro encontro oficial e tête-à-tête entre delegações autorizadas dos talibãs e membros do Alto Conselho de Paz enviado pelo governo", afirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afegão, Ahmad Shakib Mustaghni.

O porta-voz, que destacou que "não houve conversas similares no passado", mostrou seu desejo que esta reunião "abra o caminho para as futuras conversas de paz e termine com a guerra e o derramamento de sangue no Afeganistão".

A reunião entre os representantes dos dois grupos na cidade paquistanesa de Murree, a cerca de 60 quilômetros da capital Islamabad, começou na tarde de ontem e se prolongou até a madrugada, segundo informaram fontes oficiais do Paquistão.

O Ministério das Relações Exteriores afegão ressaltou em comunicado que "respeita e apoia as decisões tomadas" no Paquistão durante o "primeiro início oficial de conversas de paz" com os talibãs.

Na nota, o governo afegão agradeceu o Paquistão por sua "liderança" na hora de facilitar o encontro entre as duas delegações, além de China e Estados Unidos por sua "cooperação".

Representantes do Paquistão, China e Estados Unidos estiveram presentes durante as conversas, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores paquistanês em comunicado.

Um membro do Alto Conselho de Paz afegão, Muhamad Amin Wiqad, ressaltou à Efe a "grande conquista" representada por este encontro depois dos esforços "infrutíferos" durante os últimos 13 anos "para levar os talibãs à mesa de negociação".

"Toda guerra neste mundo tem um final e espero que esta guerra contra os talibãs termine o mais rápido possível", comentou Wiqad.

O próximo encontro entre as delegações deve acontecer ao final do mês sagrado muçulmano do Ramadã.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, antecipou ontem em sua conta no Twitter a viagem de uma delegação do Alto Conselho de Paz do Afeganistão "para negociar com os talibãs".

Embora esta seja a primeira vez que o governo afegão confirma sua participação em negociações de paz, membros do Alto Conselho de Paz reconheceram ter se reunido de maneira "informal" com os insurgentes no emirado do Catar no início de maio.

Nessa reunião, os talibãs reivindicaram uma revisão da Constituição, a abertura de um escritório insurgente e a saída das tropas estrangeiras do país como condições para iniciar um diálogo que permita pôr fim ao conflito afegão.

O Alto Conselho de Paz assegurou então que tinha começado a negociar com a ONU para que elimine de sua lista negra os talibãs que participem do processo de paz, uma das condições.

Em 2013, uma iniciativa de diálogo impulsionada pelos Estados Unidos no Catar entre o governo afegão do então presidente Hamid Karzai e os talibãs fracassou depois que os insurgentes abriram uma delegação oficial no país árabe.

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