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Golpistas de Guiné dão três dias para governo de coalizão

A declaração foi feita pelo porta-voz das forças armadas, o tenente-coronel Dava Na Walna, em reunião entre os dirigentes de partidos políticos e os golpistas

O porta-voz acrescentou que serão convocadas novas eleições presidenciais e legislativas (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2012 às 20h06.

Bissau - Os militares responsáveis pelo golpe realizado nesta quinta-feira em Guiné-Bissau deram hoje aos partidos políticos do país um prazo de três dias para a formação de um governo de união nacional, sem o presidente interino Raimundo Pereira nem o ex-primeiro- ministro Carlos Gomes Júnior, que foram presos.

A declaração foi feita pelo porta-voz das forças armadas, o tenente-coronel Dava Na Walna, em reunião entre os dirigentes de partidos políticos e os golpistas.

''Pedimos aos partidos políticos que formem num prazo de três dias um governo de coalizão nacional no qual não participarão nem Raimundo Pereira nem Carlos Gomes Júnior'', disse Walna.

O porta-voz acrescentou que serão convocadas novas eleições presidenciais e legislativas, mas não forneceu mais dados sobre a questão. Walna assegurou que os dois detidos estão em bom estado de saúde mas não informou o local onde eles se encontram.

Fontes militares afirmaram à Agência Efe que o presidente interino está detido na sede das forças armadas em Bissau e o primeiro-ministro está num centro de formação militar na localidade de San Vicente, localizada a cerca de 45 quilômetros ao norte da capital.

Os militares também informaram sobre a detenção nesta tarde do jornalista local Ali Sylva. Aparentemente, a razão para sua prisão foi a publicação de um artigo no qual Sylva identificou o chefe das Forças Armadas, o tenente-general Antonio Enjae, como o responsável intelectual pelo levante.


Os responsáveis pelo golpe defenderam a ação afirmando que atuaram contra um suposto ''acordo secreto'' entre Guiné-Bissau e Angola que ameaça a soberania nacional. Duzentos soldados angolanos foram enviados recentemente para Guiné-Bissau para ajudar na reforma do exército deste país.

A ação dos militares foi condenada internacionalmente pelos Estados Unidos, União Europeia, Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (CEDEA), Portugal, (antigo colonizador) e o Conselho de Segurança da ONU, entre outros.

O golpe ocorreu em plena campanha eleitoral do país, considerado um dos mais pobres do mundo. No dia 22 de abril, seria realizado o segundo turno das eleições presidenciais, mas nesta quinta-feira a votação foi adiada por uma semana devido à demora na divulgação dos resultados do primeiro turno.

O início da campanha estava previsto para esta hoje. O golpe ocorreu na noite de ontem, quando soldados atacaram as residências de Pereira e Gomes.

No primeiro turno, que ocorreu em 18 de março, Gomes conquistou 48,97% dos votos, enquanto seu adversário, Kumba Ialá obteve 23,26%.

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Bissau - Os militares responsáveis pelo golpe realizado nesta quinta-feira em Guiné-Bissau deram hoje aos partidos políticos do país um prazo de três dias para a formação de um governo de união nacional, sem o presidente interino Raimundo Pereira nem o ex-primeiro- ministro Carlos Gomes Júnior, que foram presos.

A declaração foi feita pelo porta-voz das forças armadas, o tenente-coronel Dava Na Walna, em reunião entre os dirigentes de partidos políticos e os golpistas.

''Pedimos aos partidos políticos que formem num prazo de três dias um governo de coalizão nacional no qual não participarão nem Raimundo Pereira nem Carlos Gomes Júnior'', disse Walna.

O porta-voz acrescentou que serão convocadas novas eleições presidenciais e legislativas, mas não forneceu mais dados sobre a questão. Walna assegurou que os dois detidos estão em bom estado de saúde mas não informou o local onde eles se encontram.

Fontes militares afirmaram à Agência Efe que o presidente interino está detido na sede das forças armadas em Bissau e o primeiro-ministro está num centro de formação militar na localidade de San Vicente, localizada a cerca de 45 quilômetros ao norte da capital.

Os militares também informaram sobre a detenção nesta tarde do jornalista local Ali Sylva. Aparentemente, a razão para sua prisão foi a publicação de um artigo no qual Sylva identificou o chefe das Forças Armadas, o tenente-general Antonio Enjae, como o responsável intelectual pelo levante.


Os responsáveis pelo golpe defenderam a ação afirmando que atuaram contra um suposto ''acordo secreto'' entre Guiné-Bissau e Angola que ameaça a soberania nacional. Duzentos soldados angolanos foram enviados recentemente para Guiné-Bissau para ajudar na reforma do exército deste país.

A ação dos militares foi condenada internacionalmente pelos Estados Unidos, União Europeia, Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (CEDEA), Portugal, (antigo colonizador) e o Conselho de Segurança da ONU, entre outros.

O golpe ocorreu em plena campanha eleitoral do país, considerado um dos mais pobres do mundo. No dia 22 de abril, seria realizado o segundo turno das eleições presidenciais, mas nesta quinta-feira a votação foi adiada por uma semana devido à demora na divulgação dos resultados do primeiro turno.

O início da campanha estava previsto para esta hoje. O golpe ocorreu na noite de ontem, quando soldados atacaram as residências de Pereira e Gomes.

No primeiro turno, que ocorreu em 18 de março, Gomes conquistou 48,97% dos votos, enquanto seu adversário, Kumba Ialá obteve 23,26%.

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