Gasoduto: o Nord Stream 1, fonte principal do fornecimento de gás à Europa Ocidental, está com as torneiras fechadas desde quinta-feira (Getty Images/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 15h06.
Última atualização em 2 de setembro de 2022 às 16h10.
A Gazprom, empresa estatal de energia da Rússia, informou nesta sexta-feira, 2, que paralisou completamente e por tempo indeterminado o transporte de gás ao gasoduto Nord Stream 1. O motivo oficial, segundo a estatal, é um vazamento de óleo, mas os países da Europa Ocidental acusam os russos de estar deliberadamente cortando o gás à região por retaliações políticas.
O Nord Stream 1, que liga Rússia à Alemanha, já estava com sua atividade suspensa desde a quinta-feira, igualmente por conta de um processo de manutenção, segundo a justificativa da Gazprom.
Inicialmente, a expectativa era de que o envio de gás fosse retomado neste fim de semana, o que não deve mais ocorrer.
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De acordo com a Gazprom, o fornecimento ao Nord Stream 1 não será retomado até que todos os problemas sejam resolvidos. O problema foi detectado junto a representantes da Siemens (companhia alemã), segundo a Gazprom.
O anúncio da Gazprom vem horas após o G7, grupo de sete das principais economias do mundo, anunciar que trabalha no estabelecimento de um "teto" aos preços de gás natural russo, como forma de sanção ao governo do presidente Vladimir Putin.
“O anúncio da Gazprom esta tarde de que está novamente fechando o Nord Stream 1, sob pretextos falaciosos, é outra confirmação de sua falta de confiabilidade como fornecedora”, escreveu Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, em seu perfil no Twitter.
“Também é uma prova do cinismo da Rússia, que prefere queimar gás em vez de honrar contratos.”
A economia da Rússia, um dos principais países exportadores de petróleo e gás, tem se beneficiado da alta dos preços desses insumos desde a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro. O G7 argumenta que as compras de gás por parte da Europa têm ajudado a financiar indiretamente a Rússia na guerra na Ucrânia.
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A Rússia tem revidado contra as sanções ocidentais. Não é a primeira vez que discussões sobre o fechamento do Nord Stream 1 para manutenção acontecem neste ano, e interrupções ou reduções no fluxo já haviam ocorrendo desde junho.
A Europa Ocidental sofre com a alta dependência do gás natural russo - usado na região para aquecer casas e nas indústrias. A Europa Ocidental chegou a ter, antes da guerra, 40% de seu fluxo de gás natural vindo da Rússia, e é difícil encontrar fontes substitutas uma vez que o gás vem, prioritariamente, via gasodutos de países vizinhos (o que torna difícil trazer o insumo de outras regiões mais distantes).
O governo alemão já pediu à população que "economize energia", e a chegada do inverno no hemisfério norte é fonte adicional de preocupação. Países da Europa Ocidental passaram a estocar combustível e tentam cortar em 15% a demanda por gás para evitar um colapso energético no inverno.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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