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Gaza recebe com satisfação e cautela a trégua com Israel

"Esperamos que seja verdade", disse Nasim Mahmoud, que vive no norte da faixa

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 17h37.

Gaza - Os moradores de Gaza receberam com satisfação e esperança, mas também com dose de incredulidade e cautela, o anúncio de um acordo entre israelenses e palestinos para começar um cessar-fogo na faixa e seus arredores a partir das 21h locais (17h de Brasília) desta quarta-feira.

"Esperamos que seja verdade", disse à Agência Efe Nasim Mahmoud, que vive no norte da faixa. "Ainda não se conhece qual é o acordo alcançado, é preciso esperar para saber os detalhes", ponderou.

Mahmoud também lembra, desconfiado, que "antes houve outras tréguas que não duraram muito". Tudo dependerá de que Israel deixe verdadeiramente de bombardear e atacar Gaza. Esperamos que não seja como das outras vezes. Acabamos de ouvir aqui uma bomba, perto de casa", acrescentou.

Menos reticente a acreditar no iminente cessar-fogo é Raji Sourani, diretor do Centro Palestino de Direitos Humanos.

"Acho que funcionará. Confio na liderança palestina e, também, confio na liderança que há neste momento no Egito. Desta vez parece que há vontade política e que os EUA confiam no Egito como fiador da estabilidade na região", explicou.

Este anúncio de fim das hostilidades, a seu entender, abre também a porta para que em um futuro próximo se reiniciem as negociações de paz entre palestinos e israelenses.

No entanto, ele acredita que o mais importante para Gaza não é só este cessar-fogo, mas "a suspensão do bloqueio contra a faixa", condição que está convencido de que fará parte do acordo.

Espera-se que em breve os cidadãos de Gaza possam sair do enclave pelas fronteiras com Israel, e todo tipo de bens e serviços possam entrar no território e comemorar que, "desta vez, Gaza conseguiu vencer Israel".


Na faixa há outros mais incrédulos nas virtudes do anúncio e em seu cumprimento.

"Acabo de ver a entrevista coletiva (da secretária de Estado americana Hillary Clinton e do ministro das Relações Exteriores egípcio, Mohammed Kamel Amr) e agora estou chamando gente que poderia morrer na próxima hora", declarou à Efe o escritor palestino Ahmad Yacub.

Segundo ele, os israelenses, "estão cheios de rancor e ódio e vão aproveitar até o último segundo" possível para continuar atacando o enclave palestino.

"Agora, enquanto conversamos, estou ouvindo as ambulâncias buscarem feridos, e há poucos minutos houve um bombardeio", relatou.

Yacub espera que, se o cessar-fogo entrar mesmo em vigor, desta vez pelo menos mais que das anteriores. Ele destacou que a forte presença dos EUA no acordo "poderia dar tranquilidade à parte israelense" e influenciar para que cumpram sua parte.

Desde que começou a operação israelense "Pilar Defensivo" contra Gaza, há uma semana, 147 palestinos morreram, metade deles civis, e o número de feridos passou de 1.100, segundo autoridades palestinas.

Em Israel, cinco pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas nos ataques com foguetes das milícias palestinas e em um atentado ocorrido hoje contra um ônibus em Tel Aviv.

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Gaza - Os moradores de Gaza receberam com satisfação e esperança, mas também com dose de incredulidade e cautela, o anúncio de um acordo entre israelenses e palestinos para começar um cessar-fogo na faixa e seus arredores a partir das 21h locais (17h de Brasília) desta quarta-feira.

"Esperamos que seja verdade", disse à Agência Efe Nasim Mahmoud, que vive no norte da faixa. "Ainda não se conhece qual é o acordo alcançado, é preciso esperar para saber os detalhes", ponderou.

Mahmoud também lembra, desconfiado, que "antes houve outras tréguas que não duraram muito". Tudo dependerá de que Israel deixe verdadeiramente de bombardear e atacar Gaza. Esperamos que não seja como das outras vezes. Acabamos de ouvir aqui uma bomba, perto de casa", acrescentou.

Menos reticente a acreditar no iminente cessar-fogo é Raji Sourani, diretor do Centro Palestino de Direitos Humanos.

"Acho que funcionará. Confio na liderança palestina e, também, confio na liderança que há neste momento no Egito. Desta vez parece que há vontade política e que os EUA confiam no Egito como fiador da estabilidade na região", explicou.

Este anúncio de fim das hostilidades, a seu entender, abre também a porta para que em um futuro próximo se reiniciem as negociações de paz entre palestinos e israelenses.

No entanto, ele acredita que o mais importante para Gaza não é só este cessar-fogo, mas "a suspensão do bloqueio contra a faixa", condição que está convencido de que fará parte do acordo.

Espera-se que em breve os cidadãos de Gaza possam sair do enclave pelas fronteiras com Israel, e todo tipo de bens e serviços possam entrar no território e comemorar que, "desta vez, Gaza conseguiu vencer Israel".


Na faixa há outros mais incrédulos nas virtudes do anúncio e em seu cumprimento.

"Acabo de ver a entrevista coletiva (da secretária de Estado americana Hillary Clinton e do ministro das Relações Exteriores egípcio, Mohammed Kamel Amr) e agora estou chamando gente que poderia morrer na próxima hora", declarou à Efe o escritor palestino Ahmad Yacub.

Segundo ele, os israelenses, "estão cheios de rancor e ódio e vão aproveitar até o último segundo" possível para continuar atacando o enclave palestino.

"Agora, enquanto conversamos, estou ouvindo as ambulâncias buscarem feridos, e há poucos minutos houve um bombardeio", relatou.

Yacub espera que, se o cessar-fogo entrar mesmo em vigor, desta vez pelo menos mais que das anteriores. Ele destacou que a forte presença dos EUA no acordo "poderia dar tranquilidade à parte israelense" e influenciar para que cumpram sua parte.

Desde que começou a operação israelense "Pilar Defensivo" contra Gaza, há uma semana, 147 palestinos morreram, metade deles civis, e o número de feridos passou de 1.100, segundo autoridades palestinas.

Em Israel, cinco pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas nos ataques com foguetes das milícias palestinas e em um atentado ocorrido hoje contra um ônibus em Tel Aviv.

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