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Gaza prepara grande protesto contra ocupação israelense

O protesto palestino contra a ocupação israelense e o bloqueio sobre Gaza deve começar nesta sexta-feira

Protesto: os palestinos devem acampar nesta sexta-feira e marchar dia 15 de maio (Ammar Awad/Reuters)

Protesto: os palestinos devem acampar nesta sexta-feira e marchar dia 15 de maio (Ammar Awad/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de março de 2018 às 14h34.

Gaza - Gaza se prepara para lançar uma ambiciosa campanha de protesto chamada "A Marcha do Retorno", que incentiva os palestinos a se aproximar das zonas fronteiriças com Israel a partir da próxima sexta-feira e permanecer acampados para depois marchar em 15 de maio, quando é festejada a Nakba (catástrofe, em árabe).

Todos os partidos, movimentos e facções palestinas, liderados pelo Hamas, se uniram à convocação contra a ocupação israelense e o bloqueio sobre Gaza que terá seu ponto culminante na Nakba, como denominam a criação de Israel, que derivou na fuga ou expulsão de 750 mil palestinos de seus lares.

"O objetivo estratégico é mandar a mensagem ao mundo de que os palestinos se apegam ao seu direito legítimo do retorno e não cederão sobre ele. Fazemos isso mediante uma marcha pacífica", explicou Ahmed Abu Rtaima, o porta-voz da iniciativa em Gaza, que insistiu que isso "não significa enfrentamentos ou distúrbios" com Israel.

O plano começará em 30 de março, festejado pelos palestinos como o Dia da Terra desde que em 1976 um protesto nacional contra o confisco de 2,1 mil hectares de terrenos palestinos por parte de Israel tirou com a vida de seis civis em enfrentamentos com o Exército israelense.

Nos dias consecutivos "haverá atividades sobre o terreno até o grande dia, 15 de maio, o dia da maior marcha que já houve", assegurou Abu Rtaima.

"É um novo estilo ou padrão de luta contra a ocupação (...) Queremos combatê-la com a imagem de multidões que se reúnem pacificamente perto das fronteiras. Esperamos que esta ideia seja implementada de maneira plena e exitosa", disse Abu Rtaima.

Está previsto a montagem de grandes barracas a cerca de 700 metros do muro entre Israel e Gaza, e desdobrados dispositivos de segurança para impedir que alguém se aproxime dali. Além disso, haverá conexão com a internet e banheiros.

Sobre a possibilidade de tentativa de romper a cerca e ocorrer infiltrações em Israel, Abu Rtaima disse que "é prematuro falar disso", porque seria uma decisão "não de uma só pessoa, senão por consenso de todos os palestinos".

Ismail Haniye, líder do Hamas, que governa de fato em Gaza, assegurou que o movimento islamita "não será capaz de controlar milhares de palestinos que vão às fronteiras para protestar contra o sofrimento sem fim imposto durante muitos anos em Gaza e também pela falta das necessidades humanitárias básicas".

Israel, que da mesma forma que os EUA e a UE considera o Hamas um grupo terrorista, rejeita a chamada, que ocorre em um momento de aumento de tensão na fronteira com o enclave, e adverte que é uma "provocação perigosa, premeditada, destinada a reavivar as chamas do conflito e elevar a tensão", informou o Ministério de Relações Exteriores em um comunicado.

O país "tem direito a defender suas fronteiras e a impedir infiltrações em seu território soberano", adverte a nota, na qual acusa o Hamas, de "manter o conflito às custas do conforto do povo "e usar os seus recursos "para armamento, túneis de contrabando e outros propósitos militares, ao invés de investir em infraestruturas civis".

Na Cisjordânia, as facções palestinas pediram que protesto contra os postos de controle militar israelenses durante o Dia da Terra.

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