Líder de Comitê contra Israel acrescentou que a iniciativa conta com "grande apoio europeu para ajudar os palestinos a acabar com o bloqueio" (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2015 às 10h37.
Gaza - Os palestinos da Faixa de Gaza se preparam para receber no próximo mês uma pequena remessa internacional com material humanitário, que tentará quebrar o bloqueio imposto por Israel há oito anos com o navio Marianne, que partiu da Suécia e navega agora rumo ao Mediterrâneo.
A pequena remessa está sendo levada com pelo menos três navios, a bordo dos quais viajarão ativistas pró-Palestina, parlamentares europeus e o ex-presidente tunisiano Moncef Marzouki, afirmou à Agência Efe Alla al Dean el Batta, que preside o Comitê para Desafiar o Bloqueio Israelense.
"Os piratas israelenses estão perseguindo ativistas solidários internacionais e palestinos em vários países europeus para impedir a chegada da pequena frota às águas de Gaza no próximo mês", denunciou Batta.
Ele acrescentou que a iniciativa conta com "grande apoio europeu para ajudar os palestinos a acabar com o bloqueio e recuperar seus direitos".
Batta pediu aos ativistas do mundo todo para se unirem para ajudar e agradeceu a tentativa de despertar a consciência e "manter a comunidade internacional informada sobre a necessidade de pôr na agenda política o fim do bloqueio a Gaza". Segundo ele, a situação na região é "catastrófica", porque ao bloqueio israelense se soma o egípcio, que também mantém fechada sua fronteira há meses.
"Há milhares de pessoas que necessitam viajar para fazer tratamento médico ou com fins educacionais", detalhou.
Mais do que a ajuda que os navios levam o importante para a população de Gaza é a mensagem que representam: a reivindicação do fim no cerco que isola Gaza por mar, terra e ar desde 2007, quando o Hamas tomou o controle do território.
Fontes da campanha informaram à Efe que o Marianne se somará a "mais dois navios" na viagem rumo a Gaza. A embarcação, que zarpou do porto alemão de Kiel, tinha previsto passar pela cidade francesa de Brest e acredita-se que no final deste mês chegará a Bueu, na Espanha.
Os ativistas mantém em segredo boa parte da rota, das paradas, nomes dos participantes e, sobretudo, a data em que partirão rumo à Faixa de Gaza, depois que várias tentativas de levar ajuda fracassaram.
O lançamento desta nova pequena frota acontece na mesma época em que se completam cinco anos da abordagem violenta do barco Navi Marmara, no qual nove ativistas turcos morreram depois de serem atacados pelo exército israelense, que considerou a tentativa de romper o bloqueio uma ameaça.
As críticas internacionais que seguiram ao polêmico ataque obrigaram Israel, meses mais tarde, a aliviar as condições do cerco à faixa, permitindo a entrada de materiais e produtos vetados até então. No entanto, o acesso a produtos como materiais de construção, que os israelenses consideram poder ter uso duplo e os palestinos reivindicam para reconstruir suas casas destruídas, continuam proibidos de entrar.
Nada do que os navios transportem pode realmente atenuar a situação de necessidade que a Faixa de Gaza padece, mas os palestinos esperam que ele se transforme em uma forma de iluminar novamente o problema e que sejam retomados os pedidos para exigir o fim do bloqueio que asfixia mais de um milhão e meio de habitantes.