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G20 quer diminuir desequilíbrios entre emergentes e ricos

Ministros de Finanças do G20 começaram uma reunião para encontrar a fórmula para diminuir os desequilíbrios financeiros globais

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: não a limitação das reservas de câmbio (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: não a limitação das reservas de câmbio (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2011 às 09h09.

Paris - Os ministros de Finanças do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) começaram uma reunião para encontrar a fórmula para diminuir os desequilíbrios financeiros globais, questão enfrentada pelas economias emergentes com a vontade da Presidência francesa e outros países ricos de fixar indicadores precisos.

Neste sábado, os titulares de Finanças dos países do G20 foram recebidos na sede do departamento de Economia francês pela ministra, Christine Lagarde, e o governador do Banco da França, Christian Noyer.

A reunião, que teve início na véspera com uma recepção e um discurso oferecido pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, deve finalizar no meio da tarde com um comunicado que deve indicar o grau de aproximação produzido na questão dos indicadores, assunto que a delegação alemã demonstrou otimismo neste sábado.

Um otimismo que resiste à ducha fria da véspera nas ambições da Presidência francesa após a reunião dos ministros dos grandes países emergentes que formam o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).

O representante chinês, Xie Xuren, mostrou sua oposição que entre os indicadores para avaliar os desequilíbrios globais se incluam as taxas de câmbio e as reservas de divisas.

Uma reação que não surpreende em uma China frequentemente acusada de manter artificialmente o iuane com valor graças ao controle de sua taxa de câmbio para favorecer suas exportações, e de acumular reservas de outras moedas que geram instabilidade.

O ministro brasileiro, Guido Mantega, concordou com seu colega chinês em opor-se a limitação das reservas de câmbio, pelo menos enquanto persistir o atual sistema monetário internacional onde o dólar segue monopolizando o espaço.

Mantega considerou que esse sistema não se sustenta em um mundo em que os Estados Unidos foram superados pela China e pela Alemanha no comércio externo.

Apostou também em uma transição em direção a uma variedade de moedas, incluindo a das grandes potências emergentes, em particular o iuane e o real, uma ideia que se aproximada da defendida pela França.

Para o titular brasileiro também não é interessante utilizar como indicador dos desequilíbrios a balança de conta corrente, já que como os chineses estimam que os intercâmbios de serviços e os fluxos de capitais são elementos que podem distorcer o fundamental, os saldos comerciais.

Outra questão que causa atritos entre os participantes da reunião é a vontade dos organizadores de por fim à volatilidade dos preços das matérias-primas.

Brasil, como grande exportador de matérias-primas, preveniu que é contra qualquer medida que tente limitar os preços e defende que é preciso estimular a oferta e eliminar as subvenções agrícolas nos países ricos.

Sarkozy, diante da percepção de que as metas fixadas durante a sua Presidência poderiam ser comprometidas, pediu aos ministros que não parem as "discussões intermináveis sobre os indicadores" e advertiu que o G20 "só conservará sua legitimidade se for capaz de ser eficaz".

O chefe do Estado francês reiterou seu chamado para impedir que se repitam as práticas do mundo financeiro que levaram à crise "como se aqui não tivesse ocorrido nada", em particular no que se refere aos salários

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