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G20 adia briga contra desequilíbrios mundiais para 2011

O diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, lamentou a dificuldade de cooperação dos países

Líderes no G20: países devem elaborar indicadores para medir saúde da conta corrente (Chung Sung-Jun/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 12h25.

Seul - Os líderes do Grupo dos Vinte se comprometeram nesta sexta-feira em Seul a trabalhar para reduzir os desequilíbrios mundiais e evitar as desvalorizações competitivas, mas adiaram a tarefa de identificar as distorções de cada país para 2011.

"Nas primeiras cúpulas, era preciso tomar decisões para enfrentar a crise, mas agora nós dependemos da voluntariedade dos países, da cooperação, e isso é muito mais difícil", explicou o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

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Neste semestre sob a Presidência da Coreia do Sul, o G20 tinha como objetivo aprovar um pacote de medidas que permitissem reduzir as distorções que existem na economia mundial, e que estão originadas nas diferenças em como os países ricos e os emergentes produzem e gastam.

Em sua Declaração final, o G20 deixa claro que o principal problema é o desequilíbrio na balança de conta corrente, com países como a China - que, apoiada por sua moeda desvalorizada produz e exporta muito mais do que consome ou investe - frente a outras potências como os Estados Unidos, que consomem muito e exportam pouco.

A elaboração do documento final evidencia as tensões que existem entre os dois blocos, que nos últimos dias trocaram duras acusações.

Finalmente, a solução de consenso para a Cúpula de Seul foi sugerir que os países parem de desvalorizar suas moedas para ganhar competitividade, mas nada foi discutido quanto aos países que freiam a valorização de suas divisas, como a China.


Em sua luta pelos desequilíbrios externos, o G20 encarregou os bancos centrais e os ministérios de Finanças a elaborarem indicadores que permitam averiguar se um país, seja rico ou pobre, está contribuindo para estas distorções.

No entanto, o G20 estabelece que as guias indicativas não serão elaboradas até a próxima cúpula de 2011, o que as classificam como uma das tarefas já pendentes do novo presidente do grupo, a França.

Inicialmente, os Estados Unidos queriam impor um limite de 4% para o superávit ou déficit por conta corrente, mas a proposta foi rapidamente barrada.

Segundo Strauss-Kahn, a decisão poderia ser considerada "simplista" demais, pois há países que devem estar ao lado do superávit sem que isso suponha uma distorção, como os exportadores de petróleo, e outros que devem estar no lado do déficit sem que isso adquira gravidade, como ocorre com os países que registram fortes crescimentos.

Em qualquer caso, a medição destes indicadores e a adoção de medidas que os corrijam poderiam levar outros seis meses para serem implantados e será uma tarefa do Fundo Monetário Internacional (FMI) medir o comportamento destes indicadores.

Em sua declaração, os líderes mostraram seu apoio a um FMI "modernizado", que reflita as mudanças na economia mundial com "uma maior representação" das economias emergentes e nações em desenvolvimento, em linha com a reforma aprovada na semana passada pelo Conselho Executivo do organismo.

Além disso, se comprometem a trabalhar para alcançar uma conclusão bem-sucedida e equilibrada da Rodada do Desenvolvimento de Doha, enquanto apresentam um plano de ação de desenvolvimento direcionado especialmente aos países de baixa renda para avançarem em direção ao reequilíbrio mundial.

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