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França diz que 2017 será "ano de vitória contra terrorismo"

Nos últimos dois anos, a França foi atingida por uma série de ataques extremistas, que deixaram mais de 200 mortos.

Hollande no Iraque: "Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território" (Christophe Ena/Reuters)

Hollande no Iraque: "Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território" (Christophe Ena/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 22h14.

Em visita ao Iraque em plena ofensiva contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), o presidente francês, François Hollande, afirmou nesta segunda-feira (2) que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo".

Hollande já esteve no Iraque em 2014.

Até o momento, ele é o único grande dirigente da coalizão internacional anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, a viajar para esse país desde a formação da coalizão, há dois anos e meio.

Durante um encontro em Bagdá com instrutores militares franceses que treinam as forças especiais de elite antiterroristas iraquianas, Hollande disse que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo".

"Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território", disse.

Nos últimos dois anos, a França foi atingida por uma série de ataques extremistas, que deixaram mais de 200 mortos.

Hollande também destacou a importância da "reconstrução" do Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas.

O presidente francês chegou a Bagdá pouco antes das 4h30 locais, acompanhado de se ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

À tarde, foi a Erbil, na região autônoma curda (norte), onde estão estacionadas as forças especiais francesas que aconselham os peshmergas curdos na luta pela reconquista de Mossul.

"Confirmaram que poderemos alcançar esse objetivo - dentro do possível - na primavera, ou, de qualquer maneira, antes do verão (inverno no Brasil)", declarou Hollande em Erbil, capital da região autônoma do Curdistão iraquiano, referindo-se à ofensiva lançada em 17 de outubro para recuperar Mossul dos extremistas.

A França é o segundo maior sócio da coalizão militar contra o EI, depois dos Estados Unidos. Desde 2014, lançou mais de 1.000 bombardeios e destruiu 1.700 alvos no Iraque e na Síria, os dois países onde o EI está implantado.

Além dos 14 caças de tipo Rafale baseados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 500 soldados franceses fornecem assessoria, formação e apoio de artilharia no Iraque às tropas deste país que lutam para recuperar os territórios tomados pelos extremistas, incluindo a cidade de Mossul (norte).

Segurança máxima

A ofensiva lançada em outubro para retomar Mossul - a segunda cidade do Iraque - mobiliza a maioria das tropas iraquianas. Apoiadas pelas forças aéreas da coalizão, elas enfrentam uma forte resistência dos extremistas.

Na semana passada, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse que serão necessários "mais três meses" para "eliminar o EI".

"Estimamos que, em Mossul, serão necessários três meses. Será longo, especialmente para proteger os civis e não atacar indiscriminadamente", estimou uma fonte diplomática francesa.

Em Bagdá, o presidente francês se reunirá com o presidente curdo da República, Fouad Massum; com o primeiro-ministro xiita, Haider al-Abadi; e com o presidente sunita do Parlamento, Salim Al-Juburi.

Mantida em segredo até o último momento, sua visita ocorre em meio a enormes medidas de segurança.

Nesta segunda-feira, ao menos 32 pessoas morreram na capital iraquiana em um atentado em um bairro xiita cometido por um suicida ao volante de um carro-bomba. Há dois dias, 27 pessoas morreram em um outro atentado em um mercado de Bagdá.

"Não terminamos com o terrorismo", advertiu Hollande, no sábado, durante seu último discurso por ocasião da véspera de Ano Novo.

Diante de seus revezes em terra em Iraque, Síria e Líbia, os extremistas multiplicaram os atentados nestes países, mas também na Europa.

Hollande se lançou na luta contra o terrorismo desde o início de seu mandato de cinco anos, multiplicando as intervenções militares no Mali, República Centro-Africana, Iraque e Síria. Ele não buscará a reeleição na disputa de abril de 2017.

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