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Protestos na Faixa de Gaza deixam ao menos 41 mortos e 900 feridos

Mortes aconteceram após protestos violentos no dia em que os EUA se preparam para inaugurar sua embaixada em Jerusalém

Gaza: o protesto também reivindica o direito dos refugiados palestinos de retornar a seus lares (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Gaza: o protesto também reivindica o direito dos refugiados palestinos de retornar a seus lares (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de maio de 2018 às 08h57.

Última atualização em 14 de maio de 2018 às 11h11.

Cidade de Gaza - Pelo menos 41 palestinos morreram e 900 ficaram feridos por disparos das forças de Israel nos protestos na fronteira coma Faixa de Gaza contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém e por ocasião da Marcha do Retorno, o movimento que reivindica o direito dos refugiados palestinos de retornar a seus lares.

Segundo confirmou o porta-voz do Ministério da Saúde palestino em Gaza, Ashraf al Qedra, o primeiro morto foi Anas Qudieh, de 21 anos, por impacto de um projétil de arma de fogo no leste de Khan Yunis, no sul do território palestino.

Pouco depois morreu outro jovem, identificado como Musab Abu Leila, de 28 anos, nas manifestações no leste de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza, segundo o mesmo porta-voz.

Mais tarde foram reportadas as mortes de outros cinco palestinos, entre eles um menor de idade, Izaldin Musa al Samak, de 14 anos; Obaidan Salem Farhan, de 30 anos; Mohammed Ashraf Abu Stah, de 26; Izaldin Nahid al Aweiti, de 23; e Bilal Ahmed Abu Daqa, de 26. Posteriormente, foi confirmada a morte de outras nove pessoas, mas suas identidades ainda não foram divulgadas.

O ministério palestino cifrou em 918 o número de feridos atendidos, com lesões de diversa gravidade.

O serviço de emergência Crescente Vermelho (equivalente local da Cruz Vermelha) confirmou que a maioria dos feridos foram atendidos por disparos de arma de fogo, por estilhaços procedentes destes disparos, inalação de gás, pancadas e contusões.

Testemunhas na região disseram à Agência Efe que os manifestantes conseguiram romper a cerca divisória em um de seus pontos e que dezenas ou centenas deles estavam entrando em território israelense, mas o exército declarou à Efe que desconhece essa "infiltração".

Um porta-voz do Hamas indicou em comunicado que "os palestinos não aceitarão viver sob o bloqueio imposto na Faixa de Gaza e estão determinados a escrever seu documento de autodeterminação".

Em uma nota, o exército israelense acusou os islamitas de "dirigirem uma operação terrorista sob a cobertura da multidão em dez localidades de Gaza".

"De acordo com as próprias declarações do Hamas e as informações que possuímos, o Hamas tenta realizar uma série de ataques terroristas, entre eles a infiltração em massa em Israel de vários pontos, que visa prejudicar os cidadãos de Israel e as forças de segurança", acrescentaram as forças israelenses na nota.

As ações palestinas para tentar realizar ataques "aconteceram nas últimas semanas e provavelmente vão aumentar hoje", afirmou o exército do Estado judeu.

As forças israelenses também relataram que, neste momento, há "cerca de 10 mil manifestantes violentos em várias localidades ao longo da fronteira, e outros milhares estão se reunindo em tendas situadas a 500 metros da cerca de segurança".

O exército acrescentou que seus efetivos estão respondendo com métodos de dispersão de massas e com fogo real, e que estão "operando de acordo com seus procedimentos padrão".

As forças israelenses reforçaram sua presença na região com vários batalhões e comandantes militares no terreno para dirigir as operações.

A região adjacente à Faixa foi declarada uma área militar fechada e também está proibido sobrevoar o espaço aéreo de Gaza.

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